quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Natura demite funcionárias lesionadas

A empresa de cosméticos brasileiros Natura, conhecida por propagar ideais de sustentabilidade e bem estar, demitiu no dia 29 de novembro, 29 trabalhadoras e um trabalhador lesionados (as). Vítimas de Lesão por Esforço Repetitivo (LER), doença ocupacional que pode se tornar irreversível, foram demitidos (as) sob alegação de baixa produtividade.

As trabalhadoras e o trabalhador demitidos (as) estavam em processo de realibilitação, atuando em linhas de produção específicas para funcionários em recuperação. As funcionárias e funcionário adoeceram em decorrência de seu trabalho nas linhas de produção da Natura, fato que é reconhecido pela própria empresa, que abriu Comunicados de Acidentes de Trabalho (CAT) para todos os casos.

A denúncia da demissão foi feita pelo Sindicato dos Químicos Unificados, cujo médico. Dr. Roberto Carlos Ruiz, declarou que os casos necessitam de atenção médica especializada, em caráter prolongado. As demissões de funcionários lesionados têm sido recorrentes na Natura, sendo que desta vez ocorreu em maior número. Segundo Paulo Soares, dirigente do Sindicato dos Químicos Unificados, a Natura mostra a verdadeira política escondida sob o marketing da empresa com as demissões. Embora a legislação trabalhista não permita, entre as demitidas estão funcionárias afastadas pelo INSS.

O Sindicato dos Químicos Unificados tomou uma série de medidas para reverter a situação, mas até agora a Natura se recusa a rever as demissões. Uma reunião foi realizada com a empresa, que proibiu a comissão formada por parte das trabalhadoras demitidas de se pronunciar. Hoje (15/12), a comissão está em Brasília junto com representantes do Sindicato para entregar um dossiê sobre a Natura para Marina Silva (Guilherme Leal, dono da empresa, foi seu candidato a vice-presidente nas últimas eleições) e também para parlamentares que fazem parte da Comissão de Relações de Trabalho.

O Sindicato pretende contatar os funcionários contratados pela Natura em outros países, além de entrar com uma ação jurídica contra a empresa e denunciá-la ao Ministério do Trabalho e à OIT (Organização Internacional do Trabalho). Amanhã (16/12), às 10h, haverá mais uma reunião da comissão com o Sindicato.

A empresa

A Natura é líder no mercado de cosméticos no Brasil, conquistando espaço também em países da América Latina e Europa. Recentemente, passou a produzir também na Argentina. Até setembro de 2010, sua receita líquida foi de 3,579 bilhões de reais, uma ampliação de 22,5% em relação ao mesmo período em 2009 (fonte: Brasil Econômico).

Seu crescimento pode ser atribuído a campanhas publicitárias de ampla divulgação midiática, em que estão presentes conceitos como proteção ao meio ambiente, sustentabilidade, responsabilidade social e respeito às comunidades tradicionais. Segundo o site da empresa, a Natura se orgulha de promover “atitudes que fazem diferença para o planeta”, ostenta o slogan “Bem estar bem”, mesmo já tendo sido multada pelo IBAMA por acessar irregularmente recursos da biodiversidade.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FORMAÇÃO FUZARCA FEMINISTA SOBRE PROSTITUIÇÃO EM SP, NA SOF

DEBATE SOBRE A PROSTITUIÇÃO
QUANDO: 11/12/2010 SÁBADO das 15h00 às 18h00.
ONDE: SOF

No próximo sábado, às 15h00, na SOF, vamos fazer um debate aberto sobre a Prostituição.

Estamos às vésperas de dois grandes eventos esportivos que atrairão muitos turistas para cá. Há algum tempo corre pelos corredores do Congresso Nacional um projeto que visa a descriminalização dos chamados cafetões e cafetinas. No ano que vem será lançado o filme – com direito a protagonista global - sobre famosa garota de programa que contou sua história num livro que alcançou grande vendagem.

O debate sobre o tema sempre esteve presente no movimento feminista. As posições, porém, não são as mesmas. Existem aqueles e aquelas que acham que a solução é legalizar a “profissão”, existem aquelas e aqueles que questionam a ideia de que prostituir-se possa ser entendido como profissão.

A gente entende que a legalização da prostituição serve aos interesses dos que se apropriam desse negócio extremamente rentoso. A gente sabe também que as mulheres em situação de prostituição convivem com a violência e que, ao contrário do que dizem por aí, ser garota de programa não significa glamour, além disso, quase todos os dias ficamos sabendo que a exploração sexual de mulheres e meninas muitas vezes se dá sob coerção e ameaça e alimentam um rede de tráfico de pessoas tão rentosa quanto trafico de drogas e de armas.

Diante de tudo isso, a Fuzarca Feminista, chama a todas para esse momento de debate e de formação! Se você acha que o mundo não é uma mercadoria e que as mulheres também não, venha contribuir com esse debate!

A SOF fica na Rua Ministro Costa e Silva, 36 Pinheiros
(Essa rua é uma travessa da Rua Mourato Coelho, na altura do nº 913)
Para mais informações: 11-3819-3876 Falar com Camila, Clasisse ou Tica