quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Quatro liberdades necessárias às mulheres livres

Texto de Bianca Santana é militante da Cultura Livre. Pesquisa os usos  das tecnologias digitais na educação de jovens e adultos no mestrado em Educação na Universidade de São Paulo. É membro do coletivo Casa da Cultura Digital.

A leitura deste texto, em si, é prova do quanto acessamos conhecimento pela internet. E por mais que você leia livros, jornais ou revistas impressos, e enfrente filas no banco para resolver pepinos, não há como negar que a maioria dos fluxos de informação da atualidade acontece na rede mundial de computadores. Computadores, compostos por hardware e software, sabe? Hardware: a parte física, com componentes eletrônicos, placas e circuitos. Software: a parte lógica, que define como os dados são processados. Mas normalmente nós, mulheres, não falamos disso... É tecnico demais... E por que se preocupar com questões meramente técnicas quando temos todo um mundo a transformar?
Preciso contar um segredo (e cuidado pra micro$oft não me ouvir, ou um lobbista do monopólio vai correr aqui oferecendo computadores de última geração com ruindous de graça pra Sof!): nenhuma questão é meramente técnica. Nem as tecnologias digitais! Nos convencer de que não temos nada com isso é parte da estratégia de nos fidelizar como consumidoras ideais, que compram, defendem, são dependentes e ainda resistem a qualquer alternativa.
Você já deve ter ouvido falar em software livre. E antes de prosseguir, peço licença pra me apresentar. Sou educadora, jornalista, mãe, feminista. Não sou nerd, nem ultra-tecnológica, nem tenho habilidade pra ler códigos de programação ou consertar computadores. Só uso software livre desde que compreendi a essência da coisa. Até preciso tomar vergonha e abrir a tela preta, aprender alguns comandos. Mas mesmo sem-vergonha, no meu computador roda Ubuntu (uma distribuição do sistema operacional Linux), Open Office, Gimp, Cinelerra.
Diria que a essência do software livre está nas quatro liberdades que ele permite:
  • A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito
  • A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo para as suas necessidades (mesmo que você não tenha essa intenção)
  • A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar os outros (como uma coisa muito, muito boa. Nada de te chamarem de criminosa por isso)
  • A liberdade de aperfeiçoar o programa e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que a comunidade se beneficie
Agora o apelo: mulheres feministas, anti-capitalistas, em marcha até que todas sejamos livres, que tal migrarmos para o software livre? Vocês vão gostar tanto que em pouco tempo teremos mais essa bandeira!

Plenária no Pará: debate, feijoada e batucada

As marchantes do Pará farão uma Plenária Estadual para debater a 3ª AÇÃO INTERNACIONAL DA MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES. Será dia 27 de fevereiro (sábado), às 9h, na Casa da Juventude (Av. Gentil Bittencout, 694, entre Quintino e Rui Barbosa, ao lado do Centur).

Veja a programação:
9h - Debate sobre: a MMM, a Ação de 2010; participação da delegação do Pará, 8 de março etc.
12h - Feijoada.
13h - Oficina de Batucada.

A metodologia da plenária será bem legal, com exibição de vídeos e muito mais.

Visite: mulheresemmarcha.blogspot.com

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mulheres cantam a Marcha

Foto: Marjorie Begot.

As marchantes do Pará organizaram um Show para arrecadar fundos para sua delegação que participará da Ação de 2010. Militantes da MMM cantaram, junto com Lia Sophia, a Música da Marcha.

Foi um momento muito especial para as participantes, que hoje estimam levar cerca de 70 mulheres para marchar de Campinas à São Paulo. Confira mais fotos aqui.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mulheres em Movimento Mudam o Mundo!



Se você não suporta as piadas machistas, as cantadas grosseiras na rua, se você não acha justo ganhar menos que os homens fazendo o mesmo trabalho, se para você a violência contra a mulher é um assunto em que todas devemos meter a colher, então, tá na hora de marchar!!!

No dia 20 de fevereiro, as 14h00 na SOF, vamos apresentar a 3ª Ação da Marcha Mundial das Mulheres e discutir os principais eixos da nossa ação:

100 anos do 8 de março – o dia Internacional das Mulheres!
Pelo fim da violência sexista!
Contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres!
Pela legalização do aborto!
Por igualdade no trabalho e na vida!
Pela reforma agrária e por soberania alimentar!
Pelo direito a viver livremente nossa sexualidade!
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento feminista, anti-capitalista, anti-racista, anti-lesbofóbico. E está organizando sua 3ª. Ação Internacional, sob o mote “Seguiremos em Marcha até que todas sejamos livres”. Saiba mais sobre a marcha e sobre a ação acessando o site www.sof.org.br/acao2010.

A SOF fica na Rua Ministro Costa e Silva, 36 em Pinheiros.
(é uma travessa da Rua Mourato Coelho)

Para mais informações: (11) 38193876 ou pelo e-mail marchamulheres@sof.org.br

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Cobertura alternativa da 3ª ação internacional da MMM

Caras jornalistas e blogueiras,

Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres realiza sua 3ª Ação Internacional em vários lugares do mundo. No Brasil, vamos fazer uma caminhada com três mil mulheres entre as cidades de Campinas e São Paulo, de 8 a 18 de março.

Para divulgar a Ação e organizar uma cobertura focada nos meios de comunicação alternativos, blogs e veículos ligados aos movimentos sociais, convocamos uma reunião para a próxima terça-feira, 9 de fevereiro, a partir das 15h na SOF (endereço abaixo).

A ideia é organizar uma equipe de comunicadoras que acompanhe os últimos preparativos para a caminhada e participe da Ação. Caso tenha interesse em participar, pedimos que confirme sua presença até sexta-feira, 5 de fevereiro, pelo correio eletrônico anamaria@sof.org.br

Importante: A participação integral na Ação de 2010 será aberta somente às mulheres. Companheiros interessados em contribuir na cobertura são bem-vindos, e poderão acompanhar a caminhada, mas não ficarão alojados ou participarão dos momentos de formação.

Segue abaixo um aviso de pauta com mais informações sobre a Ação de 2010 da Marcha Mundial das Mulheres.

Aguardamos vocês!

Atenciosamente,
Equipe de Comunicação da Marcha Mundial das Mulheres

SOF - Sempreviva Organização Feminista
Rua Ministro Costa e Silva, 36, Vila Madalena
(travessa da Mourato Coelho)
A partir das 15h

AVISO DE PAUTA

MARCHA MUNDIAL DAS MULHERES ORGANIZA SUA 3º AÇÃO INTERNACIONAL

Em 2010, três mil mulheres de todo o Brasil vão marchar de Campinas a São Paulo

Entre os dias 8 e 18 de março, a Marcha Mundial das Mulheres organizará sua 3ª Ação Internacional no Brasil. Neste período, 3 mil mulheres de todas as regiões do Brasil marcharão entre as cidades de Campinas e São Paulo. Será uma grande ação de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras a partir de propostas baseadas nos valores da igualdade, liberdade, justiça, paz e solidariedade.

O tema das mobilizações é "Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres", e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado: Autonomia econômica das mulheres, Bens comuns e Serviços Públicos (contra a privatização da natureza e dos serviços públicos), Paz e desmilitarização, e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações construídas a partir das realidades locais vividas pelas mulheres que já estão se organizando em nível estadual para participar da marcha.

3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres no mundo

As atividades que fazem parte da 3ª Ação Internacional serão concentradas em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contarão com mobilizações de diferentes formatos, em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário da declaração do Dia Internacional das Mulheres, será composto principalmente de marchas. O segundo, de ações e marchas simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo. Este momento expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.

Ações internacionais da Marcha Mundial das Mulheres


A Marcha Mundial das Mulheres já realizou duas ações internacionais, nos anos 2000 e 2005. A primeira contou com a participação de mais de 5000 grupos de 159 países e territórios e mobilizou milhares de mulheres em todo o mundo. Naquela ocasião, foi entregue à Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, um documento com dezessete pontos de reivindicação, apoiado por cinco milhões de assinaturas. Essa ação foi um primeiro chamado de alcance mundial às mulheres, construído desde 1998, e que estimulou os diversos grupos a construir a MMM como movimento internacional.

A segunda ação mundial, realizada em 2005, novamente levou milhares de mulheres às ruas. A Marcha construiu a Carta Mundial das Mulheres para a Humanidade, em que expressa sua visão das alternativas econômicas, sociais e culturais para a construção de um mundo fundado nos princípios da igualdade, liberdade, justiça, paz e solidariedade entre os povos e seres humanos em geral, respeitando o meio ambiente e a biodiversidade. De 8 de março a 17 de outubro daquele ano, foi construída uma grande Colcha Mosaico Mundial de Solidariedade a partir de um retalho de cada país, uma forma simbólica de representar a Carta. Ambas viajaram por 53 países e territórios de cinco continentes.

Histórico da Marcha Mundial das Mulheres

A Marcha Mundial das Mulheres nasceu no ano 2000 como uma grande mobilização que reuniu mulheres do mundo todo em uma campanha contra a pobreza e a violência. As ações começaram em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e terminaram em 17 de outubro, Dia Internacional pela Erradicação da Pobreza, organizadas a partir do chamado ?2000 razões para marchar contra a pobreza e a violência sexista?.

A inspiração para a criação da Marcha Mundial das Mulheres partiu de uma manifestação realizada em 1995, em Quebec, no Canadá, quando 850 mulheres marcharam 200 quilômetros, pedindo, simbolicamente, ?Pão e Rosas?. A ação marcou a retomada das mobilizações das mulheres nas ruas, fazendo uma crítica contundente ao sistema capitalista como um todo. Ao seu final, diversas conquistas foram alcançadas, como o aumento do salário mínimo, mais direitos para as mulheres imigrantes e apoio à economia solidária.

Entre os princípios da MMM estão a organização das mulheres urbanas e rurais a partir da base e as alianças com movimentos sociais. Defendemos a visão de que as mulheres são sujeitos ativos na luta pela transformação de suas vidas e que ela está vinculada à necessidade de superar o sistema capitalista patriarcal, racista, homofóbico e destruidor do meio ambiente. A Marcha busca construir uma perspectiva feminista afirmando o direito à auto-determinação das mulheres e a igualdade como base da nova sociedade que lutamos para consolidar.



Informações à imprensa
Ana Maria Straube
anamaria@sof.org.br
(11) 3819-3876
(11) 8445-2524
www.sof.org.br/acao2010

Chamado à ação - mulheres em marcha até que todas sejamos livres!

Em 2010, mais uma vez, nós militantes da Marcha Mundial das Mulheres dos cinco continentes estaremos em marcha. Vamos marchar para demonstrar nossa perseverança e nossa força como mulheres organizadas, com distintas experiências, culturas políticas e origens étnicas. Temos uma identidade e objetivos comuns: o desejo de superar a injusta ordem atual que provoca violência e pobreza, e construir o mundo que queremos baseado na paz, justiça, igualdade, liberdade e solidariedade.

Vamos marchar em solidariedade com aquelas mulheres que não tem liberdade para fazê-lo devido às guerras e aos conflitos armados; devido à divisão sexual do trabalho que mantém as mulheres prisioneiras em suas próprias casas; devido ao sistema capitalista e patriarcal que determina que a esfera pública - ruas, lugares de trabalho, lugares de aprendizado e política, espaço para lazer - está reservada aos homens. E devido à falta de tempo das mulheres, por que temos que fazer malabarismos para dar conta das responsabilidades do cuidado com as pessoas ao nosso redor.

Vamos marchar para reivindicar nossos direitos. Vamos marchar para resistir àqueles que querem tirar os direitos que temos conquistado em nossa luta contra a ofensiva do fundamentalismo religioso e dos setores conservadores da sociedade e do Estado. Estaremos em marcha pelo mundo que queremos, no qual a autonomia, a autodeterminação e a solidariedade são pilares da organização da nossa sociedade.

Vamos marchar em luta contra a mercatilização das nossas vidas, sexualidade e corpos. Não somos objetos para vender ou comprar! Nos negamos a ser tratadas como pedaços de carne pelo tráfico de mulheres, pela indústria pornográfica e publicitária! Não vamos aceitar a violência em nossas casas e locais de trabalho! Estaremos em marcha até que todas as mulheres vivam suas vidas livres de violência e ameaça de violência.

Vamos marchar para denunciar o sistema capitalista sexista, racista e homofóbico que explora o trabalho reprodutivo e produtivo das mulheres e que concentra a riqueza na mão de poucos. Demandamos igualdade salarial entre homens e mulheres pra trabalhos iguais, um salário mínimo justo, a reorganização e distribuição do trabalho doméstico e de cuidados e seguridade social sem nenhum tipo de discriminação. Estaremos em marcha até que todas as mulheres tenham autonomia econômica.

Vamos marchar pelo fim imediato dos conflitos armados e do uso do corpo das mulheres como botim de guerra. Vamos marchar para denunciar os interesses econômicos que se escondem por trás dos conflitos, o controle dos recursos naturais, o controle dos povos e o lucro da indústria armamentista. Estaremos em marcha até que todas as mulheres sejam reconhecidas e valorizadas como protagonistas dos processos de paz, reconstrução e manutenção ativa da paz em seus próprios países.

Vamos marchar contra a privatização dos recursos naturais e dos serviços públicos. Vamos marchar pela soberania alimentar e energética, contra a destruição e controle dos nossos territórios e contra as falsas soluções frente a mudança climática. Estaremos em marcha até que nossos direitos a saúde, a educação, a água potável, ao saneamento, a terra, a moradia e soberania sobre nossas sementes tradicionais sejam garantidos.


Some-se a nossa ação!
Mulheres em movimento mudam o mundo!

A 3ª Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres será organizada em dois momentos principais:
- De 8 a 18 de março, com marchas e mobilizações nacionais simultâneas de diferentes tipos, formas, cores e ritmos que também marcarão o centenário da Declaração do Dia Internacional das Mulheres, proposto pelas delegadas à 2ª Conferencia Internacional das Mulheres Socialistas em Copenhague em 1910.
- Marchas e ações simultâneas entre 7 e 17 de outubro, com uma mobilização internacional em Kivu do Sul, na Republica Democrática do Congo, como uma forma de fortalecer o protagonismo das mulheres na resolução dos conflitos armados.

Serão realizadas mobilizações, ações e atividades entre estes dois períodos, em vários países e também em nível regional:
- Américas: 21 – 23 de agosto, na Colômbia
- Ásia e Oceania: 12 – 14 de maio, nas Filipinas
- Europa: 30 de junho, na Turquia

A ação internacional é aberta a todas as mulheres e grupos de mulheres que queiram se unir a nós na luta pela construção do mundo que queremos, baseado nas alternativas das mulheres. Venham marchar conosco!

No Brasil, vamos marchar de 8 a 18 de março, entre Campinas e São Paulo. As informações e contatos nos estados estão disponíveis em www.sof.org.br/acao2010, ou pelo telefone (11) 38193876.

A Marcha Internacional também tem um site, com textos, logos e outros materiais que podem ser usados para preparar a ação assim como notícias dos diversos países participantes: http://www.mmm2010.info/