terça-feira, 21 de outubro de 2008

HOMOFOBIA NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Na penúltima sexta-feira, dia 10 de outubro de 2008, no espaço dos estudantes da faculdade de Medicina Veterinária da USP, aconteceu uma festa organizada pelo centro acadêmico do curso. O espaço, muito famoso dentro do Campus por vender cerveja barata e assemelhar-se fisicamente a um barracão de escola de samba, é considerado um local de diversão garantida para os universitários.
Jarbas, aluno do curso de letras, estava nesta festa acompanhado por um grupo de sete amigos, ele e o moço com o qual estava ficando, subiram em um dos palcos do local e começaram a dançar, logo em seguida, se beijaram.

O DJ da festa, presidente do centro acadêmico dos alunos de Medicina veterinária, ao vê-los se beijando, parou a música, ascendeu a luz do estabelecimento, apontou para o casal e os rechaçou moralmente com palavras de baixo calão.

Em seguida, dois alunos altos e fortes fisicamente, foram em direção ao palco violentamente e “arrancaram” o casal de lá, apoiados pelos outros alunos da veterinária, usando de violência física e moral, os trogloditas colocaram o casal e seus amigos para fora do estabelecimento e fecharam as portas do barracão. Jarbas e seus amigos tentaram resistir, de nada adiantou pois eram minoria.

Já do lado de fora, Jarbas repudiou a violência da qual foram vítimas e disse que iria ligar para a polícia, pois homofobia é crime, os alunos e alunas que estavam na festa atacaram o casal com frases do tipo: “Vocês que estão errados, vocês estragaram a nossa balada”, “ O que vocês fizeram é atentado ao pudor”, “ Vocês estão aqui a toa, querem causar, vão causar em outro lugar”, “O que nós fizemos foi o certo, vocês que estão querendo criar confusão”.

Apesar de inúmeras ligações para a polícia, devido a dificuldade de explicar claramente o nome da rua dentro do Campus onde se localiza o barracão, nenhuma viatura apareceu, a guarda universitária chegou cerca de duas horas depois e nada fez de notável para ajudar, os seguranças da festa também não interviram de maneira alguma para conter a violência.

Há cerca de um ano atrás, eu e uma amiga estávamos em uma festa, neste mesmo barracão, onde acontecia um baile funk, subimos no “famoso palquinho” para dançar, em poucos minutos já haviam moços dançando “com a gente”, de repente começou a tocar o “Funk do boquete”, o aluno que estava do meu lado instantaneamente colocou sua mão em minha nuca e impulsionou- a para baixo em direção ao seu pênis, tirei sua mão de mim e nervosa dei um tapa em sua cabeça, ao perceber minha ação de violência contra o rapaz, sem entender o que estava acontecendo, minha amiga aproximou-se, o moço fez a mesma coisa com a cabeça dela, xinguei-o, puxei-a, descemos do palco e nos retiramos do local, e desta vez, ninguém parou a música, ascendeu a luz ou repudiou o ato deste “tipo de macho”.

Todos estes atos ocorreram na Universidade de São Paulo, a maior Instituição de Ensino Superior e de Pesquisa do país, e terceira da América Latina. Muitos por aí acreditam que nós, estudantes desta renomada instituição, somos os grandes intelectuais do Brasil, os grandes pensadores capazes de contribuir para a melhora do País.

Agora eu vos pergunto: Que melhora é essa?... De que vale o saber científico no consciente de pessoas sem escrúpulos, criminosas, que não respeitam os Direitos Humanos!? Essa é a cara do nosso país? Esse é o retrato da sociedade que estamos construindo? Quais são as prioridades deste mundo que vivemos?

A cada dia que passa, multiplicam- se e brotam dentro dos mais diversos grupos sociais, grandes criminosos, fundamentados por uma cultura machista, sexista, racista, homofóbica, sectária, onde quem não segue determinados padrões de comportamento, que lhe é imposto, é excluído e aniquilado.

Esta é a nossa juventude... Onde será que isso vai dar? E ainda há quem defenda a idéia de que nos dias de hoje, o machismo e a discriminação não existem.

Iara Viana - militante da Marcha Mundial das Mulheres em SP.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Curso feministas em Luta - BH

“O que importa na vida não é o ponto de partida, mas a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” Cora Coralina.

É com grande prazer que convidamos todas as mulheres em luta para mais um encontro na nossa caminhada por um mundo diferente!
Vamos nos reunir para conversar e estudar sobre nossa vida, vida das mulheres da região metropolitana de Belo Horizonte, sobre a trajetória histórica de luta das mulheres e o feminismo.
Estamos no momento de discutir e levantar propostas concretas, para melhor nos organizar e unificar forças para combater as várias formas de injustiça às quais somos expostas.
Vamos juntar muitas Bruxas e reunir em um só “caldeirão”, reflexões, estudos e debates das guerreiras dos nossos movimentos e de nossas comunidades.
Mas para que a gente faça um bom encontro VOCÊ TEM QUE PARTICIPAR. Portanto marque na agenda:

Dias 03 e 04 Outubro partir das 08:00hs. LOCAL: Instituto Metodista Izabela Hendrix (Rua da Bahia, 2020, Bairro Funcionários, referência: próximo à Praça da Liberdade).

Para nosso encontro ser mais gostoso, pedimos às companheiras que tragam seus deliciosos quitutes para contribuir nos nossos lanches. E também roupas, acessórios, artesanatos,etc, que possam ser doados para o bazar que será feito na noite de sexta, regado com muita música e animação!
Não esqueçam de trazer seu kit militante (prato, talher, caneca) e roupa de cama!!
E para nossas crianças terá o espaço da ciranda!
Abraços e beijos de carinho e luta

Companheiras da Assembléia Popular, Via Campesina, Marcha Mundial das Mulheres, Brigadas Populares, Movimentos das/os Trabalhadoras/es Desempregadas/os, Nucleo de Geração de Trabalho e Renda do Vicariato, Grupo de Apoio de Familiares e Amigos de Pessoas em Situação de Privação de Liberdade, Movimento das/os Sem Universidade.

PROGRAMAÇÃO

Dia 03 de outubro
– Manhã
08:00 - 09:00 - Acolhida
09:00- 12:00 - A vida das mulheres na RMBH

- Tarde
14:00 - 16:00 - Construção coletiva do Mapa - Vida das Mulheres na RMBH
16:30 - 18:00 - O feminismo e a luta das mulheres.

- Noite: Confraternização com Jornada feminista – Histótria de vida das mulheres lutadoras

Dia 04 de outubro
– Manhã:
08:00 - 09:00 -Debate em eixos - diálogo com o espaço da vida das mulheres na RMBH, criminalização da pobreza e soberania alimentar e energética.
- Tarde:
14:00 - 16:30 -Encaminhamentos.