terça-feira, 30 de agosto de 2011

A vez das Mulheres


*Por Rafaela Rodrigues

É um domingo e as 7:40h da madrugada todas recebem uma mensagem em seus celulares para despertar “Mulherada, vamos acordar marcha das vadias daqui a pouco, 8h todas lá!”. É o toque final para despertar. O dia começa com uma notícia boa. Estamos na capa de um dos maiores jornais do Pará. Responsáveis pela batucada, chegam incrivelmente sincronizadas, vão encher seus carros de latas, bumbos, perucas, baquetas, fita isolante para caso alguma baqueta quebre, uma fita a mais caso arrebente algum bumbo. Chegada no local marcado, não tem ninguém ainda :( . Opa, na verdade tem sim, elas estão vindo. 2,3,5,10,20,25,35,40,50,60 mulheres, jovens e adultas, crianças e homens. “Bora se preparar gente?”. Batons vermelhos passando de boca em boca. Algumas de meias arrastão. Outras de blusas e saias curtas. Tudo muito diferente para quem está indo para uma passeata. Mas a Marcha das Vadias é assim, diferente. Começa o ensaio final. Com direito a paradinha e tudo. Agora é a hora, quem aprendeu todas as letras e batuques aprendeu, quem não aprendeu aprende daqui a pouco. Atravessamos a rua em direção ao ponto de concentração ao som “ô abre alas”. Que travessia incrível. 3º Ação Internacional veio na cabeça na hora. São muitas batuqueiras. Essa é Marcha das Vadias em Belém. Cartazes com os dizeres “Não sou puta. Não sou santa. Sou livre”. “Se ser vadia é ser livre, então sou vadia com orgulho”. “Meu corpo, minhas escolhas”. Manifestações artísticas. Mulheres nuas. Outras só de sutiã. Simplesmente inacreditável. Isso é Belém, não é São Paulo, não é Belo Horizonte, não! Isso é Belém. A marcha percorre seu caminho. Não para de chegar gente. Na Praça da República todos e todas observam com um ar de espanto. Mas um sorriso tímido aparece no rosto de vários. Os adesivos “Isso não é sobre sexo, é sobre violência” são entregues para a população ainda um pouco confusa. Todo mundo entendeu o recado? Com certeza não. Mas algo ficou. A pulga na orelha ficou. Essa é uma das várias vezes que as mulheres foram as ruas e ainda irão para dizer: Essa é a minha vida, esse é o meu corpo, que não serve para violentar, estuprar, utilizar, vender, nem ser dono. O corpo é meu e as regras são minhas. A Marcha das Vadias é isso, é dizer de todas as formas algo que todo mundo deveria saber. Eu sou mulher e sou livre. E Agora, mais do que nunca é a vez das mulheres.

*Rafaela Rodrigues é formada em Direito e militante da Marcha Mundial das Mulheres



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Mais fotos da Marcha das Vadias Belém aqui


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Legalização do aborto


Plenária discute legalização do aborto no Brasil

Acontece neste momento, em Brasília, uma plenária da Frente Nacional pela Legalização do Aborto. São serca de 500 militantes de vários movimentos sociais, entre eles a Marcha Mundial das Mulheres.

A Marcha Mundial das Mulheres é parte integrante da Frente Nacional Pela Legalização do Aborto, que teve início  em 2008. A Frente surgiu como uma resposta à prisão de dezenas de mulheres e cerca de 2 mil sob ameça de prisão acusadas de particarem aborto, no Mato Grosso do Sul.

A plenária iniciou com uma análise de conjuntura e em seguida a apresentação de uma plataforma com as principais reivindicações dos movimentos para a legalização do aborto no Brasil. Agora de meio dia os grupos estão discutindo a plataforma que será apresentado em plenário após o almoço.

À tarde depois da discussão da plataforma é a vez de se construir estratégias de mobilização para debater o tema em todo o Brasil.

Mais informações:
http://www.sof.org.br/marcha/

Direito ao nosso corpo, legalizar o aborto!!!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Autonomia, emprego e renda


Movimentos falam sobre autonomia econômica, emprego e renda


Fonte: Centro Feminista

Na mesa sobre autonomia econômica, trabalho, emprego e renda na
4ª Marcha das Margaridas vários movimentos sociais e sindicais rurais e urbanos debatem sobre a necessidade de autonomia econômica para as mulheres trabalhadoras rurais.

Verônica Santana, coordenadora do Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MMTR/NE) enfatizou a importância do trabalho doméstico, a necessidade dele ser socializado entre homens e mulheres, assim como entender que o doméstico também é produtivo. “A nós mulheres foi imposta uma árdua tarefa do trabalho doméstico além de ‘ajudar’ aos maridos [no roçado], mas temos que entender que o trabalho deméstico também é produtivo e respeitá-lo socialmente” finaliza Verônica.

Já Conceição Dantas, coordenadora nacional da Marcha Mundial das Mulheres, dialoga sobre o que significa discutir autonomia econômica em uma sociedade dominada pelo machismo e pelo neoliberalismo. “Falar de autonomia econômica é duelar com o modelo de desenvolvimento que hierarquisa o trabalho de homens e mulheres e nessa hierarquia transforma o trabalho das mulheres em invisível e desvalorizado”, entatizou Conceição.

Lea Marques, da Central Única dos Trabalhadores, aponta alguns dados  respeito da sobrecagra de trabalho doméstico na responsabilidades das mulheres. “Além de trabalharem fora de casa, as mulheres dedicam em torno de 27 horas semanais nas tarefas domésticas enquanto os homens dedicam apenas 10 horas durante toda a semana”, nos informa Lea.

Na mesa falou também a argentina Mónica Polidoro da Coordenação de Produtores Familiares do Mercosul (COPROFAM ) e Coordenanadora Nacional das Mulheres Argentinas. Mónica coloca a importância dos debates na Marcha das Margaridas para o Brasil, mas também para a América Latina, pois “reivindicamos o direito a água, a terra e o controle, por parte dos povos e não pelas empresas, dos recursos naturais em toda a América Latina”, finalizou a argentina.

À tarde a programação segue com a participação do filósofo e teólogo Leonardo Boff e lançamentos de publicação sobre a Lei Maria da Penha e outros temas relativos aos direitos das mulheres. Às 17h ocorrerá o lançamento do CD Canto das Margaridas e à noite um show, dedicado às Margaridas, da cantora baina Margareth Menezes.

Mais informações:
www.contag.org.br
Twitter: @MarchaMargarida

Brasilia está florida, são as gaúchas na Marcha das Margaridas



Mais de 10 mil mulheres já chegaram a Cidade das Margaridas e não param de chegar. A expectativa é que mais de 70 mil mulheres cheguem e tragam sua plataforma de lutas.

A delegação gaúcha está fazendo bonito!

Aconteceu a abertura política e agora estamos nas oficinas.

Fatima Guedes, pela Marcha Mundial das Mulheres, na oficina 6 educação não sexista, sexualidade e violência - faz uma retrospecctiva histórica da opressão sexista que as mulheres serão vitimas - explicando que esta construção social, passa de filha pra filha. Citando Saramago, resgata sua critica a interferencia religiosa. Que as mulheres tem que ser "virtuosas" para ter valor.
Na oficina contamos com a participação de mais de 200 mulheres de diversas partes do País.
todas já passaram ou conhecem alguma situação de violência e que o trauma da violência permanece pela vida toda.
Aguardem que vamos divulgando mais noticias na sequencia......


Post extraído do blog da MMM/RS: http://mmm-rs.blogspot.com/