quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

I Encontro Estadual da Marcha Mundial das Mulheres – Pará

Para organizer as mulheres e nos preparar para o Fórum Social mundial, realizaremos o I Encontro Estadual da Marcha Mundial das Mulheres – Pará. Contaremos com a ilustre presença da companheira Lea Marques, da MMM/SP, que já militou no movimento estudantil e hoje é assessora sindical na CUT Brasil (seja bem-vinda!)
Meninas, vejam nossa programação e muita sorte em Mossoró, batuqueiras!!!
Beijos,
Tati.

P R O G R A M A Ç Ã O

Dia 06/12 – Sábado

• 8h – Café da manhã
• 9h – Dinâmica de apresentação e expectativas com o Encontro.
• 10h - Vídeo do 8 de março de 2005 / O que nos une?
• 12h - Almoço
• 14h - Mercantilização do corpo e da vida das mulheres: do padrão de beleza ao tráfico internacional.
• 16:30h – Intervalo / lanche
• 17h – Vídeo da Batucada de Mossoró / O que é a Batucada Feminista? - Seguimos com fabricação de instumentos e ensaio.
• 19h - Jantar
• 20h às 23:50h - FESTA LILÁS


Dia 07/12 – Domingo

• 8h – Café da manhã
• 9h – O feminismo no FSM e suas alianças.
• 11h – Ensaio da Batucada
• 12h – Almoço
• 13h – A MMM no Pará
• Marcha de 2010
• Ações para 2009
• Desafios de organização
• 15h – Avaliação do Encontro e

Programação do Encontro Anual das Batucadas

ENCONTRO ANUAL DAS BATUCADAS FEMINISTAS DO RNBatucada Rumo ao FSM 2009: construindo as ações internacionais de 2010 da Marcha Mundial das Mulheres
05 a 07 de dezembro de 2008
Escola Estadual Olímpia Teixeira - São Miguel do Gostoso/RN

PROGRAMAÇÃO

Dia 05/12
MANHÃ
A partir das 8h – Chegada das batuqueiras e arrumação do local

TARDE
14h - Apresentação da proposta, programação do encontro e construção de acordos coletivos
14h20min - Batucada
14h30min - Apresentação das participantes
15h – A Batucada Feminista: um instrumento de luta da Marcha Mundial das Mulheres
Intervalo - Batucada
16h – Ofensiva Feminista contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres
17h30min - Batucada

NOITE
20h – Cinema


Dia 06/12
MANHÃ
07h45min - Batucada
08h – Ações Internacionais 2010 da Marcha Mundial das Mulheres – nossa luta e nossas contribuições
9h30min – Batucada
10h30min – Batucada Rumo ao Fórum Social 2009 – Pensando nossa intervenção e visibilidade da Marcha Mundial das Mulheres
11h30min - Batucada Rumo ao Fórum Social 2009 – Pensando nossas estratégias de mobilização política e de recurso

TARDE
14h - Batucada
5h – Oficina de construção de Fanzine da Batucada Feminista
18h – Socialização do Fanzine
20h – Festa da Batucada

Dia 07/12
MANHÃ
9h - Batucada Feminista na Praia
10h - Torneio Feminista na Praia
1h30min – Avaliação
TARDE
14h – Retorno

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Encontro de Batucadas do RN

As Batucadas Feministas do RN reliza o encontro anual das Batucadas do RN.

O encontro será em São Miguel do Gostoso durante os dias 05, 06 e 07 de dezembro e terá a participação de 80 batuqueiras, além de batuqueiras dos estados do Nordeste.
Neste encontro vamos discutir algumas estratégias e alternativas frente a mercantilização do corpo e da vida das mulheres, nossa atuação no FSM e as ações 2010 da Marcha Mundial das Mulheres. Ao final faremos um campeonato de futebol entre as batuqueiras.
Esse encontro nos fortalecerá e contribuirá para que SEGUIREMOS LUTANDO ATÉ TODAS AS MULHERES SEJAM LIVRES!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Atenção Batuqueiras!!!!
No dia 15/11/2008, haverá no CDEHP (endereço abaixo) um Seminário sobre a questão Racial que homenageará a nossa companheira Marisa Dandara.
Endereço do CDHEP:Dr. Luis da Fonseca Galvão, 180 (próximo ao metro Capão Redondo). O Seminário acontecerá das 9h00 às 13h00.

Após Seminário, às 14h00, nós da Fuzarca Feminista da Marcha Mundial das Mulheres, estaremos lá batucando e panfletando contra violência contra as mulheres e contra o racismo!!!!

Compareça!!!!
Vamos batucar e criar novos ritmos contra o machismo e contra o racismo e por um mundo sem violência contra as mulheres.

Seguiremos em Marcha até que todas as mulheres sejam livres!!!!!

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Ativistas de Fortaleza esquentando tamborins

No sábado 01/11, a Sede do DCE da UFC recebeu um público diferenciado. Ao invés dos (a maioria OS mesmo) dirigentes dos Centros Acadêmicos e de forças políticas que compõem o ME daquela universidade, a sala das reuniões do Conselho de Entidades de Base recebeu 20 mulheres de várias idades e lugares, que estavam ali para participar da Oficina "Esquentando os tamborins pro FSM 2009".
O objetivo da atividade era apurar a percepção das participantes sobre o processo FSM e iniciar a preparação da batucada feminista da MMM Ceará para o Fórum. A metodologia utilizada, baseada na educação popular, fez com que, através da troca de papéis, as ativistas pudessem estar no FSM e a partir disso, colocar suas percepções e dúvidas sobre o processo.
O resultado da Oficina foi bastante positivo. Todos os sábados, até o FSM, haverá ensaio da batucada, intercalado de Oficinas de Formação sobre o FSM e os grandes temas da MMM. Os ensaios-oficina serão itinerantes, para que as mulheres dos bairros também possam participar.
O próximo ensaio será sábado, 08/11, das 9h às 12h, na Granja Portugal. O ponto de referência é a SOLIDU (ONG que trabalha com ECOSOL), cujo endereço é Rua Humberto Lomeu, 1091. Maiores informações com Silvinha 88764729 e Ticiana 88989399

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Manifestação no VII Encontro Internacional da MMM

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

HOMOFOBIA NA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Na penúltima sexta-feira, dia 10 de outubro de 2008, no espaço dos estudantes da faculdade de Medicina Veterinária da USP, aconteceu uma festa organizada pelo centro acadêmico do curso. O espaço, muito famoso dentro do Campus por vender cerveja barata e assemelhar-se fisicamente a um barracão de escola de samba, é considerado um local de diversão garantida para os universitários.
Jarbas, aluno do curso de letras, estava nesta festa acompanhado por um grupo de sete amigos, ele e o moço com o qual estava ficando, subiram em um dos palcos do local e começaram a dançar, logo em seguida, se beijaram.

O DJ da festa, presidente do centro acadêmico dos alunos de Medicina veterinária, ao vê-los se beijando, parou a música, ascendeu a luz do estabelecimento, apontou para o casal e os rechaçou moralmente com palavras de baixo calão.

Em seguida, dois alunos altos e fortes fisicamente, foram em direção ao palco violentamente e “arrancaram” o casal de lá, apoiados pelos outros alunos da veterinária, usando de violência física e moral, os trogloditas colocaram o casal e seus amigos para fora do estabelecimento e fecharam as portas do barracão. Jarbas e seus amigos tentaram resistir, de nada adiantou pois eram minoria.

Já do lado de fora, Jarbas repudiou a violência da qual foram vítimas e disse que iria ligar para a polícia, pois homofobia é crime, os alunos e alunas que estavam na festa atacaram o casal com frases do tipo: “Vocês que estão errados, vocês estragaram a nossa balada”, “ O que vocês fizeram é atentado ao pudor”, “ Vocês estão aqui a toa, querem causar, vão causar em outro lugar”, “O que nós fizemos foi o certo, vocês que estão querendo criar confusão”.

Apesar de inúmeras ligações para a polícia, devido a dificuldade de explicar claramente o nome da rua dentro do Campus onde se localiza o barracão, nenhuma viatura apareceu, a guarda universitária chegou cerca de duas horas depois e nada fez de notável para ajudar, os seguranças da festa também não interviram de maneira alguma para conter a violência.

Há cerca de um ano atrás, eu e uma amiga estávamos em uma festa, neste mesmo barracão, onde acontecia um baile funk, subimos no “famoso palquinho” para dançar, em poucos minutos já haviam moços dançando “com a gente”, de repente começou a tocar o “Funk do boquete”, o aluno que estava do meu lado instantaneamente colocou sua mão em minha nuca e impulsionou- a para baixo em direção ao seu pênis, tirei sua mão de mim e nervosa dei um tapa em sua cabeça, ao perceber minha ação de violência contra o rapaz, sem entender o que estava acontecendo, minha amiga aproximou-se, o moço fez a mesma coisa com a cabeça dela, xinguei-o, puxei-a, descemos do palco e nos retiramos do local, e desta vez, ninguém parou a música, ascendeu a luz ou repudiou o ato deste “tipo de macho”.

Todos estes atos ocorreram na Universidade de São Paulo, a maior Instituição de Ensino Superior e de Pesquisa do país, e terceira da América Latina. Muitos por aí acreditam que nós, estudantes desta renomada instituição, somos os grandes intelectuais do Brasil, os grandes pensadores capazes de contribuir para a melhora do País.

Agora eu vos pergunto: Que melhora é essa?... De que vale o saber científico no consciente de pessoas sem escrúpulos, criminosas, que não respeitam os Direitos Humanos!? Essa é a cara do nosso país? Esse é o retrato da sociedade que estamos construindo? Quais são as prioridades deste mundo que vivemos?

A cada dia que passa, multiplicam- se e brotam dentro dos mais diversos grupos sociais, grandes criminosos, fundamentados por uma cultura machista, sexista, racista, homofóbica, sectária, onde quem não segue determinados padrões de comportamento, que lhe é imposto, é excluído e aniquilado.

Esta é a nossa juventude... Onde será que isso vai dar? E ainda há quem defenda a idéia de que nos dias de hoje, o machismo e a discriminação não existem.

Iara Viana - militante da Marcha Mundial das Mulheres em SP.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Curso feministas em Luta - BH

“O que importa na vida não é o ponto de partida, mas a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” Cora Coralina.

É com grande prazer que convidamos todas as mulheres em luta para mais um encontro na nossa caminhada por um mundo diferente!
Vamos nos reunir para conversar e estudar sobre nossa vida, vida das mulheres da região metropolitana de Belo Horizonte, sobre a trajetória histórica de luta das mulheres e o feminismo.
Estamos no momento de discutir e levantar propostas concretas, para melhor nos organizar e unificar forças para combater as várias formas de injustiça às quais somos expostas.
Vamos juntar muitas Bruxas e reunir em um só “caldeirão”, reflexões, estudos e debates das guerreiras dos nossos movimentos e de nossas comunidades.
Mas para que a gente faça um bom encontro VOCÊ TEM QUE PARTICIPAR. Portanto marque na agenda:

Dias 03 e 04 Outubro partir das 08:00hs. LOCAL: Instituto Metodista Izabela Hendrix (Rua da Bahia, 2020, Bairro Funcionários, referência: próximo à Praça da Liberdade).

Para nosso encontro ser mais gostoso, pedimos às companheiras que tragam seus deliciosos quitutes para contribuir nos nossos lanches. E também roupas, acessórios, artesanatos,etc, que possam ser doados para o bazar que será feito na noite de sexta, regado com muita música e animação!
Não esqueçam de trazer seu kit militante (prato, talher, caneca) e roupa de cama!!
E para nossas crianças terá o espaço da ciranda!
Abraços e beijos de carinho e luta

Companheiras da Assembléia Popular, Via Campesina, Marcha Mundial das Mulheres, Brigadas Populares, Movimentos das/os Trabalhadoras/es Desempregadas/os, Nucleo de Geração de Trabalho e Renda do Vicariato, Grupo de Apoio de Familiares e Amigos de Pessoas em Situação de Privação de Liberdade, Movimento das/os Sem Universidade.

PROGRAMAÇÃO

Dia 03 de outubro
– Manhã
08:00 - 09:00 - Acolhida
09:00- 12:00 - A vida das mulheres na RMBH

- Tarde
14:00 - 16:00 - Construção coletiva do Mapa - Vida das Mulheres na RMBH
16:30 - 18:00 - O feminismo e a luta das mulheres.

- Noite: Confraternização com Jornada feminista – Histótria de vida das mulheres lutadoras

Dia 04 de outubro
– Manhã:
08:00 - 09:00 -Debate em eixos - diálogo com o espaço da vida das mulheres na RMBH, criminalização da pobreza e soberania alimentar e energética.
- Tarde:
14:00 - 16:30 -Encaminhamentos.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Manifesto contra a criminalização das mulheres que praticam aborto

Manifesto contra a criminalização das mulheres que praticam aborto

Em defesa dos direitos das mulheres

Centenas de mulheres no Brasil estão sendo perseguidas, humilhadas e condenadas por recorrerem à prática do aborto. Isso ocorre porque ainda temos uma legislação do século passado – 1940 –, que criminaliza a mulher e quem a ajudar.

A criminalização do aborto condena as mulheres a um caminho de clandestinidade, ao qual se associam graves perigos para as suas vidas, saúde física e psíquica, e não contribui para reduzir este grave problema de saúde pública.

As mulheres pobres, negras e jovens, do campo e da periferia das cidades, são as que mais sofrem com a criminalização. São estas que recorrem a clínicas clandestinas e a outros meios precários e inseguros, uma vez que não podem pagar pelo serviço clandestino na rede privada, que cobra altíssimos preços, nem podem viajar a países onde o aborto é legalizado, opções seguras para as mulheres ricas.

A estratégia dos setores ultraconservadores, religiosos, intensificada desde o final da década de 1990, tem sido o “estouro” de clínicas clandestinas que fazem aborto. Os objetivos destes setores conservadores são punir as mulheres e levá-las à prisão. Em diferentes Estados, os Ministérios Públicos, ao invés de garantirem a proteção das cidadãs, têm investido esforços na perseguição e investigação de mulheres que recorreram à prática do aborto. Fichas e prontuários médicos de clínicas privadas que fazem procedimento de aborto foram recolhidos, numa evidente disposição de aterrorizar e criminalizar as mulheres. No caso do Mato Grosso do Sul, foram quase 10 mil mulheres ameaçadas de indiciamento; algumas já foram processadas e punidas com a obrigação de fazer trabalhos em creches, cuidando de bebês, num flagrante ato de violência psicológica contra estas mulheres.

A estas ações efetuadas pelo Judiciário somam-se os maus tratos e humilhação que as mulheres sofrem em hospitais quando, em processo de abortamento, procuram atendimento. Neste mesmo contexto, o Congresso Nacional aproveita para arrancar manchetes de jornais com projetos de lei que criminalizam cada vez mais as mulheres. Deputados elaboram Projetos de Lei como o “bolsa estupro”, que propõe uma bolsa mensal de um salário mínimo à mulher para manter a gestação decorrente de um estupro. A exemplo deste PL, existem muitos outros similares.

A criminalização das mulheres e de todas as lutas libertárias é mais uma expressão do contexto reacionário, criado e sustentado pelo patriarcado capitalista globalizado em associação com setores religiosos fundamentalistas. Querem retirar direitos conquistados e manter o controle sobre as pessoas, especialmente sobre os corpos e a sexualidade das mulheres.

Ao contrário da prisão e condenação das mulheres, o que necessitamos e queremos é uma política integral de saúde sexual e reprodutiva que contemple todas as condições para uma prática sexual segura.

A maternidade deve ser uma decisão livre e desejada e não uma obrigação das mulheres. Deve ser compreendida como função social e, portanto, o Estado deve prover todas as condições para que as mulheres decidam soberanamente se querem ou não ser mães, e quando querem. Para aquelas que desejam ser mães devem ser asseguradas condições econômicas e sociais, através de políticas públicas universais que garantam assistência a gestação, parto e puerpério, assim como os cuidados necessários ao desenvolvimento pleno de uma criança: creche, escola, lazer, cultura, saúde.

As mulheres que desejam evitar gravidez devem ter garantido o planejamento reprodutivo e as que necessitam interromper uma gravidez indesejada deve ser assegurado o atendimento ao aborto legal e seguro no sistema público de saúde.

Neste contexto, não podemos nos calar!

Nós, sujeitos políticos, movimentos sociais, organizações políticas, lutadores e lutadoras sociais e pelos diretos humanos, reafirmamos nosso compromisso com a construção de um mundo justo, fraterno e solidário, nos rebelamos contra a criminalização das mulheres que fazem aborto, nos reunimos nesta Frente para lutar pela dignidade e cidadania de todas as mulheres.

Nenhuma mulher deve ser impedida de ser mãe. E nenhuma mulher pode ser obrigada a ser mãe. Por uma política que reconheça a autonomia das mulheres e suas decisões sobre seu corpo e sexualidade.

Pela defesa da democracia e do principio constitucional do Estado laico, que deve atender a todas e todos, sem se pautar por influências religiosas e com base nos critérios da universalidade do atendimento da saúde!

Por uma política que favoreça a mulheres e homens um comportamento preventivo, que promova de forma universal o acesso a todos os meios de proteção à saúde, de concepção e anticoncepção, sem coerção e com respeito.

Nenhuma mulher deve ser presa, maltratada ou humilhada por ter feito aborto!
Dignidade, autonomia, cidadania para as mulheres!

Pela não criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

(Frente nacional pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto)

Atividades no Distrito Federal




Dignidade, autonomia, cidadania para as mulheres!
Pela não criminalização das mulheres e pela legalização do aborto!

Em razão do Dia Latino- Americano pela Descriminalização do aborto, dia 28 de setembro, as entidades e organizações feministas abaixo assinadas convidam para o lançamento, no Distrito Federal, Frente nacional pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto":

CUT-DF e Sindicatos Filiados, Marcha Mundial de Mulheres – DF, CFEMEA - Centro Feminista de Estudos e Assessoria, Cidadãs Positivas, Sapataria: Coletivo de Mulheres Lésbicas e Bissexuais do DF, Coturno de Vênus, Fórum de Mulheres Negras -DF, Promotoras Legais Populares – DF, korpus krisis, Wendo -DF.


Dia 23/09 - terça-feira

Exibição do filme "O aborto dos outros", com a presença da diretora Carla Gallo
Local: Auditório do CEAN (607 norte, entrada pela L2)
Horário:
14h - Primeira exibição
16h - Oficina "batucada feminista"
19h - Segunda exibição


Dia 26/09 - sexta-feira

Ato com performance, batucada e panfletagem
Local: concentração na plataforma superior da Rodoviária (próx. semáforo)
Horário: a partir das 16h

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O Aborto dos Outros
(O Aborto dos Outros, Brasil, 2007)
Gênero: Documentário
Duração: 72 min.
Cotação: 9,1 (19 votos)
Diretor(es): Carla Gallo (2)
Estréia: 19.09.2008

SINOPSE
Vítima de estupro, uma menina de 13 anos aguarda no hospital os procedimentos para um aborto legal já autorizado. Grávida de seis meses, uma mulher casada concorda em interromper a gravidez a conselho médico, depois que exames constatam defeitos irreversíveis no feto. Também vítimas de estupro, outras mulheres, uma delas mãe de três filhos, debatem-se com seus dilemas religiosos, temendo castigo de Deus depois da intervenção. Empregada doméstica que recorreu a um remédio para provocar o aborto teve hemorragia intensa, foi parar num hospital. Acabou denunciada e sendo algemada na cama, além de enfrentar um processo. Vista sob o prisma de situações-limite, a maternidade de mulheres geralmente pobres revela aspectos solitários e extremos.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Ato Nacional em Solidariedade às Mulheres!

ATO NACIONAL EM SOLIDARIEDADE ÀS MULHERES CONDENADAS POR FAZER ABORTO
DIA 26 DE SETEMBRO DE 2008
EM SÃO PAULO: CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA RAMOS, A PARTIR DAS 13:30,
E CAMINHADA ATÉ O TRIBUNAL DE JUSTIÇA
(ao lado da praça da sé)


Mais de duas mil mulheres estão sob ameaça de prisão. Algumas já foram indiciadas e outras estão cumprindo pena em Mato Grosso do Sul.

Elas tiveram sua privacidade invadida e suas vidas expostas à execração pública. Outras centenas correm os mesmos riscos em Estados como São Paulo e Rio Grande do Sul e outros estados.

Trata-se de um atentado à autonomia e à dignidade das mulheres, em sua maioria pobre, sem acesso a assistência jurídica e psicológica. Para evitar que esta e outras violações dos direitos humanos ocorram, proteste, participe do ato pelo fim da criminalização das mulheres e pela legalização do aborto no Brasil. Isso permitirá um tratamento digno às mulheres e a redução das mortes maternas.

Nesse mesmo dia, 26 de setembro, lançaremos uma Frente Nacional pela Legalização do Aborto com a participação de entidades e movimentos democráticos e populares. Este ato é parte das ações do Dia Latino Americano e Caribenho pela Legalização do Aborto.

Nenhuma mulher deve ser perseguida, humilhada, condenada ou presa pela prática do aborto.

Junte-se a nós! Vamos dar um basta à criminalização das mulheres

e defender a legalização do aborto

Sábado,20/09, oficina na SOF!!!!!!

Atenção Fuzarqueiras!


Está chegando o dia de uma grande manifestação em solidariedade às mulheres condenadas por fazer aborto! A Marcha Mundial das Mulheres é parte da convocatória deste ato!

Por isso nós, da Fuzarca Feminista, combinamos de substituir nosso ensaio quinzenal por uma reflexão sobre a luta pela legalização do aborto, seguida de um momento para pensar nossas estratégias e nossa presença no ato. Depois disso, faremos um mutirão pela recuperação dos nossos batuques!


Tudo isso acontecerá no próximo sábado, 20/09, às 15h00, lá na SOF.


AGENDE-SE:

20/09/2008 (sábado)

Horário: 15h00

Local: SOF


Se houver tempo, vamos ensaiar um pouco!!!!!

A SOF fica na Ministro Costa e Silva, 36 em Pinheiros. A Ministro Costa e Silva é uma Travessa da Mourato Coelho, depois da Inácio Pereira da Rocha. Contato:(11) 3819-3876.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Grito das/os excluídas/os em BH

"Se é violência contra a mulher, a gente mete a colher!"

Esta vai ser a palavra de ordem do bloco de luta contra a violência contra as mulheres que vai marcar presença neste 7 de setembro, em mais um Grito das/os Excluídos/as em Belo Horizonte. Agitado pela Batucada Feminista e por uma colher gigante contruída com as mulheres da Pastoral da Mulher Marginalizada, o bloco vai distribuir colheradas no machismo, no capitalismo e contra todas as formas de violência que as mulheres sofrem.

As mulheres presentes nos outros blocos também marcarão presença metendo a colher no sistema carcerário, no preço alto dos alimentos e da tarifa energética, na falta de moradia, no desemprego e na tranformação dos bens comuns em mercadoria.

A concentração para o Grito das/os Excluídas/os será a partir das 08h na Praça da Assembléia Legislativa - Rua Olegário Maciel, Santo Agostinho. Da lá vamos em caminhada - em Marcha! - até a Praça 7 de setembro.

Violência contra a mulher: não é o mundo que a gente quer!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Batucada em Fortaleza

Meninas!
Sou Débora de Fortaleza, estava no encontro em BH. Aqui nós estamos muito afim de organizar a Batucada feminista, queria ajuda... Vcs podem ajudar? Tipo assim... postar gritos de ordem e fazermos uma troca de experiências de como se iniciaram o processo de articulação da Batucada... Tô super disposta!Temos alguns instrumentos, Tici ajudou um pouco mas anda tão atarefada...
Fico no aguardo de manifestações!
Bjos!
Débora - Fortaleza/Ce

Ensaio Fuzarca Feminista

A Fuzarca Feminista realizará mais um ensaio a céu aberto, digo, nem tão aberto assim, pois estaremos outra vez no vão livre do MASP.

(Esperamos que sem manifestações contra a separação do RBD!)

Nossos ensaios sempre ocorrem de 15 em 15 dias e começam sempre às 15h00, por isso não se atrasem garotas!!!!

O Vão Livre do MASP fica na Avenida Paulista.

Saudações Feministas e Fuzarqueiras

terça-feira, 2 de setembro de 2008

batucada feminista - Comitê Popular de Mulheres-RJ

O Comitê Popular de Mulheres-RJ realizará a batucada feminista no dia 06 de setembro de 2008,na Praia do Cardo em Sepetiba, como preparatório para o Grito das/os excluídas/os, com o tema a Baía de Sepetiba é nossa! Queremos a Baía VIVA!

Ponto de encontro: Ponto final do ônibus 870 (BangúxSepetiba)
horário: às 14h

Junt@s somos mais fortes! Comitê Popular de Mulheres-RJ conta com a participação de tod@s os Movimentos Sociais e Organizações da Soc. Civil do Estado do Rio de Janeiro. Saudações Feministas!

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Cine Bairro - Tráfico Humano

Batucada Feminista e Sonhadoras de Lilás exibe o filme Tráfico Humano

Batucada Feminista e o grupo Sonhadoras de Lilás exibe o filme Tráfico Humano, como parte das discussões sobre mercantilização do corpo e da vida das mulheres.

O filme tráfico humano é um filme forte que retrata a realidade mais cruel da mercantilização do corpo e da vida das mulheres.

O filme será exibido no dia 26 de agosto de 2008, na sede do Grupo Mulheres em Ação, no bairro Nova Vida.


Sinopse do filme
Centenas de milhares de jovens mulheres desapareceram, forçadas pela violência a uma vida infernal. Elas viram carga rentável na indústria moderna da escravidão. O submundo as chama de tráfico humano... Enquanto uma jovem de 16 anos da Ucrânia, uma mãe solteira da Rússia, uma orfã de 17 anos da Romênia e uma turista adolescente de 12 anos se tornam vítimas de traficantes internacionais, um time especializado de agentes federais luta para expor a rede mundial que as escravisou. A agente Kate Morozov (Mira Sorvino) conhece os horrores da exploração sexual de perto e se dedicada a desmantelar a rede e trazer os culpados para a Justiça. De uma câmara de torturas no Queens, Nova York, até os caçadores de "carne" da Rússia, a caçada começou e os destinos dos agentes especiais, dos traficantes sem escrúpulos e suas vítimas sem defesa colidem em um barril de pólvora de proporções internacionais. Apresentando Donald Sutherland, ganhador so Emmy e do Golden Globe, Mira Sorvino (Poderosa Afrodite - Oscar de mlhor atriz coadjuvante) e Robert Carlyle (Transpotting), Tráfico Humano é ao mesmo tempo um thriller envolvente, um aviso e uma das mais importantes histórias do nosso tempo.

A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria!!!
A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria!!!
A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria!!!



quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Helena Hirata na SOF

No dia 20 de agosto de 2008, quarta-feira, às 19 horas, Helena Hirata estará na SOF Sempreviva Organização Feminista para falar sobre "As teorias contemporâneas da divisão sexual do trabalho e a questão de gênero".

Helena Hirata é militante feminista e pesquisadora em sociologia no GERS (Gênero e Relações Sociais) do CNRS (França), ex GEDISST. Ela desenvolve pesquisas comparativas internacionais no Brasil, França e Japão sobre trabalho e relações de sociais de sexo.

Entre seus livros publicados estão A Divisão Sexual do Trabalho; Dicionário Crítico do Feminismo; Nova Divisão Sexual do Trabalho? Um Olhar Voltado para a Empresa e a Sociedade; Novas Fronteiras da Desigualdade: Homens e Mulheres no Mercado de Trabalho; entre outros que também fazem parte do Centro de Documentação da SOF.

Estarão disponíveis para venda livros da autora.



A SOF fica na Rua Ministro Costa e Silva, 36, Pinheiros.
Informações e confirmação de presença pelo telefone (11)3819-3876.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Próximo Ensaio da Fuzarca Feminista

Fuzarqueiras de São Paulo e arredores, nosso próximo ensaio será no dia 9 de agosto, no Vão Livre do MASP, na Avenida Paulista. É fácil de localizar. Estaremos lá a partir das 14h00.
Compareçam!!!

Relato do Ensaio da Batucada de São Paulo, a Fuzarca Feminista!

No último dia 26 de junho, a Fuzarca Feminista realizou seu ensaio em plena Avenida Paulista, logo abaixo do maior vão livre da América Latina, o Vão Livre do Masp, Museu de Arte de São Paulo.

Foi uma hora muito bacana porque as pessoas que passavam pela Av. Paulista ouviam nosso batuque e se aproximavam querendo saber quem a gente era e o que fazíamos ali.

Então garotas nós tivemos a impressão de que alcançamos 2 objetivos ao escolher um local aberto para ensaiar:

1)é uma oportunidade de mais mulheres conhecerem a MMM e o nosso feminismo e assim se integrando em nossas atividades e ações, inclusive as da ofensiva contra a mercantilização da vida e do corpo das mulheres.

2)percebemos que a dinâmica de realizar o ensaio em espaços abertos, no melhor estilo "ensaio aberto" pode funcionar para os coletivos que não conseguem um espaço fechado pra ensaiar, como era o caso da Fuzarca Feminista aqui de São Paulo. Desde que você não resolva ensaiar do lado de um hospital, por exemplo (rss)


Assim que esse pequeno relato do nosso último ensaio tem como objetivo animar as batucadas nos estados, porque nosso tempo até p FSM está ficando curto...

saudações feministas e batuqueiras
Camila Furchi
MMM/Fuzarca Feminista

Estudo de texto sobre a mercantilização, em Mossoró/RN

Olá gente,
Um recado da Batucada Feminista e do grupo Sonhadoras de Lilás

Em Mossoró/RN, hoje a tarde, às 17h30min, vamos discutir o texto crítica feminista à sociedade de mercado, que é um texto da mais nova revista da Marcha Mundial das Mulheres. Ah, a revista ficou linda e os textos todos muito legais.

A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Nota de resposta da MMM

É profundamente lamentável a entrevista do Juiz de Direito Marcelo Colombelli concedida ao Jornal Correio do Povo e publicada na edição de 26/07/08, acerca da Lei 11.340/06, a denominada Lei Maria da Penha. A constitucionalidade da Lei Maria da Penha está na efetividade que ela dá aos dispositivos do referido Artigo 5º da Constituição Federal de 1988, quando trata das garantias fundamentais, na República Brasileira. Afirmando que a inviolabilidade da vida, da liberdade, da segurança e da igualdade são direitos inerentes a todos e todas, brasileiros(as) e estrangeiros(as) residentes no país. A Lei Maria da Penha, uma conquista dos movimentos de mulheres e um avanço jurídico e institucional, tornou esse problema público e de toda a sociedade. A reconstrução da máxima aristotélica acerca da dispensa de tratamento desigual ao que é desigual, gerou o reconhecimento de que não há igualdade em relações construídas sob a dominação física e psicológica. Esta relação de poder é uma construção social, do patriarcado, do Estado burguês em todas as suas esferas e do sistema capitalista, que desprezam a participação das mulheres no conjunto dos espaços sociais públicos, determinando suas atividades aos espaços de reprodução e de domínio privado, bem como condicionam as mulheres como objeto tanto na esfera pública como na esfera privada da vida.
No Brasil já foram amplamente divulgados pela mídia casos de homicidas absolvidos sob a alegação de “legítima defesa da honra”. Com toda a certeza, nas mesmas condições de subtração da vida, esta tese de defesa seria incapaz de livrar uma mulher da condenação por homicídio. Tudo porque o machismo e o preconceito sempre estiveram impregnados no seio da sociedade. Mas não pensem que isto é coisa do século passado. Em pleno terceiro milênio, em regra, a mulher ainda sofre violência psicológica, moral e física no lar e indiscutivelmente encontra-se em situação de inferioridade em relação ao homem. A mudança está ocorrendo, mas é muito lenta e ainda está longe de reverter o quadro de opressão da mulher, principalmente nas classes menos favorecidas.
Nesse sentido, a Marcha Mundial das Mulheres do RS lamenta e repudia as declarações do Juiz de Direito Marcelo Colombelli, posto que, à instância judiciária cabe fundamentalmente dar efetividade as normas e garantir a construção e execução da justiça no país. Perspectiva que não se identifica nas declarações registradas na referida reportagem, que interpreta a norma como inconstitucional, supondo um tratamento desigual entre homens e mulheres, e com isso conflitando o que afixa o final do texto do Artigo 5º/CF 88. O argumento do magistrado coloca que nem sempre o homem é o agressor e a mulher a vítima, e que a legislação aprofunda uma “visão preconceituosa que desconhece que as mulheres hoje são chefes de família e metade da força de trabalho no país”. Consideramos que estas afirmações refletem uma interpretação parcial do dispositivo constitucional e despreza um conjunto de instrumentos de interpretação do texto legal, conforme a doutrina do direito. Despreza a função da justiça, a aplicação e a efetividade da norma em uma determinada realidade e não dialoga com a necessidade de avanços e amparo, em face da violação de direitos que é concreta, não só para as mulheres brasileiras, mas também num conjunto de países. A violência doméstica é um problema mundial e inequivocamente suas vítimas são as mulheres, pois a vulnerabilidade delas é sim uma construção e não um destino meramente biológico ou natural.
A entrevista do Juiz de Direito Marcelo Colombelli está completamente dissociada da realidade e dissemina publicamente todo o um machismo, preconceito, desrespeito e arrogância, características estas que imperam nas estruturas do Judiciário brasileiro. Desde a implantação da Lei Maria da Penha assistimos a uma série de ataques conservadores e retrógrados por parte do Judiciário, deslegitimando, desvalorizando e não reconhecendo uma conquista histórica das mulheres brasileiras. Estes fatos são materializados pela morosidade na apropriação da Lei, negação de medidas protetivas, declarações machistas e falsos subterfúgios legais.
Pretender comparar situações diversas para justificar a não concessão das medidas protetivas legais é algo “draconiano”, isto é, tal qual o Código Draconiano, não contempla os problemas econômicos e sociais, mantendo-se distante de qualquer noção de discernimento e coerência com a realidade e a previsão legal. Explicar a necessidade e a lógica da Lei Maria da Penha é muito simples: quando é necessário parar um navio não basta desligar os motores; é preciso acionar os motores com toda a força no sentido contrário, caso contrário o navio continuaria a navegar por algum tempo. Mas o navio precisa parar AGORA! A sociedade quer dar um BASTA nessa situação! Quando o navio parar, isto é, quando as relações de gênero estiverem em pé de igualdade, quando a mulher assumir a sua plena cidadania, quando a opressão e a violência forem apenas palavras de um dicionário, aí sim não haverá motivo para a existência de Leis que impulsionam a nau da humilhação com toda a força em sentido contrário.
Mulheres em Movimento Mudam o Mundo

Marcha Mundial das Mulheres do Rio Grande do Sul

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Legalizar o Aborto! Pelo Direito à Vida das Mulheres

ANALINE SPECHT e CLÁUDIA PRATES

O silêncio que existe sobre o aborto esconde a verdadeira realidade. Mais mulheres do que se pode imaginar já tiveram que recorrer ao aborto diante de uma gravidez indesejada. Todas e todos conhecemos casos de prática do aborto motivados por várias razões como estupro, condição de vida, condição econômica, idade, saúde, relação com o companheiro entre outros. O aborto pode ser involuntário quando ocorre de forma espontânea, sem que a mulher queira, ou ocorre por sua decisão diante de uma gravidez indesejada.

Quando as mulheres precisam fazer aborto correm dois riscos: de serem consideradas criminosas e por isso é feito clandestinamente. E o segundo é o risco de morte e seqüelas que podem ocorrer, uma vez que a maioria dos abortos é realizada de forma insegura.

Esta situação demonstra que não é reconhecido o direito das mulheres de decidirem sobre suas vidas, seus corpos, sua sexualidade. A obrigação das mulheres é cumprir seus papéis de mães e esposas, tendo como função e espaço de realização pessoal a estrutura da família. Estrutura esta que reproduz e mantém a subordinação e dependência da mulher, assegurando, desta forma, um reduto da supremacia do homem, como provedor e detentor do poder. Essa construção está ligada a lógica cristã ocidental que atribui à função social da mulher a geração e preservação da vida como mãe. Com base nesses pressupostos católicos, a CNBB lançou a Campanha da Fraternidade de 2008 – com o lema "Fraternidade e Defesa da Vida" reafirmando a condição da mulher acima descrita. Entre as várias formas de “defesa da vida” pautadas pela campanha está o aborto. A legalização do aborto é colocada como um ato de atentado à vida, como prática “imoral, cruel e trágica”, relegando a responsabilidade da maternidade e das relações sexuais somente às mulheres.

A Marcha Mundial das Mulheres, movimento de caráter feminista, defende e atua pelo direito à autodeterminação e autonomia das mulheres frente a todas as formas de opressão. O tema do aborto sempre foi discutido de maneira ampla, compreendendo a defesa da necessidade que todas tenham direito à informação e à anticoncepção. Mas também compreendendo que as relações de poder que existem no campo da sexualidade fazem com que, na maioria das vezes, as mulheres não possam decidir livremente. A criminalização do aborto condena milhões de mulheres a viver com culpa, vergonha e medo. Sentimentos estes construídos e legitimados pela ética cristã, com base no castigo e punição subjetivos que formam as matrizes do senso comum e da pressão social. O movimento feminista defende que as mulheres decidam sobre sua reprodução e sexualidade livres da intervenção dos homens, do Estado ou da Igreja. A garantia de liberdade e direito de decisão das mulheres sobre a maternidade quebrará um pilar fundamental de sua opressão. As mulheres têm o direito de definir como querem viver suas vidas: como casadas ou não, com ou sem filhos, lésbicas ou heterossexuais.

Nesse sentido, defendemos o Estado de direito laico baseado na igualdade e na liberdade individuais, permitindo que as mulheres tomem suas próprias decisões de acordo com suas vontades e princípios. Lutamos todos os dias pela ampliação de políticas públicas de saúde que atendam de forma integral as mulheres, com políticas que respeitem os direitos sexuais e os direitos reprodutivos com respeito ao direito de decisão autônoma sobre seu corpo.

Para a Marcha Mundial das Mulheres no Brasil o desafio é como colocar o protagonismo da luta pelo aborto na organização das mulheres e na articulação com outros movimentos, enfocando a autonomia de decisão, por um projeto de lei centrado no direito das mulheres decidirem sobre o aborto e na garantia de atendimento no serviço público. O aborto só será discriminalizado e legalizado se de fato construirmos um amplo movimento social que defenda essa bandeira e a conduza às devidas instâncias.

Reforçamos que a luta pela discriminalização e legalização do aborto só será vitoriosa quando houver uma forte radicalização na luta feminista que possibilite um avanço de conscientização e de ruptura com valores conservadores e opressores.

Analine Specht e Cláudia Prates integram a Marcha Mundial das Mulheres no RS e a Rede Economia e Feminismo. Contato: mmm_rs2004@yahoo.com.br
Disponível em: http://mmm-rs.blogspot.com/

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Movimentos sociais comemoram mais um fracasso da Rodada de Doha da OMC

Organizações e movimentos sociais do Brasil e do mundo inteiro comemoram mais um colapso das negociações para a conclusão da Rodada de Doha da OMC (Organização Mundial do Comércio). Desde que a OMC foi criada, no auge do neoliberalismo dos anos 90, estas organizações vêm questionando a validade das premissas da instituição e denunciando as graves conseqüências que a conclusão desta rodada poderia causar para os povos em diversas partes do mundo.

Essas conseqüências dizem respeito, principalmente, a liberalização do comércio de bens industriais e serviços por parte dos países do Sul, em troca da abertura de mercados no Norte para exportações agrícolas. Isto significaria a cristalização de um modelo em que os países em desenvolvimento continuariam como exportadores de commodities agrícolas – com uso intensivo de água e outros recursos naturais na sua produção, concentração fundiária e utilização de insumos químicos que resultam em um agravamento da crise sócio-ambiental -, enquanto os países desenvolvidos se manteriam como fornecedores de tecnologia e bens e serviços de alto valor agregado, bloqueando assim as perspectivas de desenvolvimento industrial e a geração de empregos de qualidade para homens e mulheres dos chamados países em desenvolvimento. E seria um golpe contra os direitos dos povos e a soberania dos países em relação à capacidade de formularem suas políticas públicas.

Ao longo da semana, cerca de trinta países tentaram sem sucesso chegar a uma fórmula que fosse capaz de acomodar os interesses em temas tão complexos como as políticas de agricultura, indústria e serviços. Mais uma vez o formato restrito e anti-democrático de tomada de decisões na OMC se revelou esgotado: dos 153 países-membro da OMC apenas pouco mais de trinta estavam presentes nas reuniões de Genebra e, na verdade, entre estes, apenas sete – Estados Unidos, União Européia, Brasil, Japão, Austrália, China e Índia – tentaram conduzir de fato o processo decisório enquanto os demais aguardavam em protesto as decisões na ante-sala.

O Brasil manteve a sua já conhecida posição, que prioriza a abertura dos mercados dos países do Norte para as exportações do agronegócio, concordando em troca em fazer importantes concessões nas áreas de redução de tarifas industriais e no setor de serviços. A insistência do Brasil em manter esta posição acabou tendo graves conseqüências políticas. Uma delas foi o estremecimento do G20, importante coalizão de países em desenvolvimento criada em 2003 durante uma reunião ministerial da OMC realizada em Cancun, quando o Brasil liderou uma posição de resistência destes países e com isso alterou a balança de poder e a correlação de forças na OMC. Desta vez, no entanto, o Brasil acabou esvaziando a sua liderança por ter se distanciado de preocupações e interesses de parceiros estratégicos da coalizão.

Este foi o caso da Argentina, que vinha liderando uma importante posição de resistência nas negociações de NAMA – a sigla em inglês para as tentativas de acordo sobre reduções nas tarifas de importação de produtos industriais que tanto interessam aos Estados Unidos e União Européia. A falta de compromisso do Brasil com os nossos vizinhos poderá ter repercussões políticas negativas nos processos de integração regional em curso na América do Sul. O Mercosul, por exemplo, possui uma Tarifa Externa Comum (TEC) que seria bastante prejudicada caso as propostas que estavam em curso nas negociações de Doha fossem aprovadas, tornando ainda mais difícil que nossa região pudesse estabelecer preferências comerciais internas ao bloco.

A estratégia negociadora brasileira também abalou as alianças do Brasil com Índia e China. Refletindo o peso econômico que o agronegócio exportador tem na balança comercial brasileira, o Brasil não deu a devida importância a temas importantes para estes países parceiros e para a agricultura familiar e camponesa. O tema das salvaguardas e outros mecanismos de defesa e promoção da agricultura que garante a segurança e soberania alimentar, no Brasil e no mundo, não foi priorizado pelos negociadores brasileiros, ao passo que se mostrou um tema central para estes parceiros chave do Brasil.

Neste momento, os movimentos sociais do mundo todo estão comemorando. Mais uma vez está provado que o modelo baseado na liberalização progressiva promovido pela OMC caducou. Agora é hora de pensar em alternativas a este sistema de comércio global e este debate deve se orientar pelos processos de integração regional e por novas instâncias globais voltadas para os interesses dos povos. Chegou o momento de construirmos um sistema de comércio verdadeiramente voltado para a justiça econômica, social e ambiental e não para os interesses das corporações transnacionais.

REBRIP – Rede Brasileira Pela Integração dos Povos

30 de julho de 2008

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Sexualidade, machismo, rap e funk
Texto escrito por Eloíza Alves, do coletivo Carla Maria, de São Paulo

No livro The Sadeian Woman – Un Exercise in Cultural History, Angela Carter demonstra como o sentido que se costuma dar às relações sexuais, considerado atemporal, está na verdade relacionado a um determinado momento histórico. Certas tentativas de definição do ato sexual se tornam uma espécie de metafísica, a qual analisa fenômenos sem considerar-se o contexto social em que estes ocorrem; como conseqüência, concepções historicamente determinadas são aceitas como naturais.

A definição de ato sexual a que a autora se refere é a idéia de simples preenchimento de orifícios. Não só para Sade, cujos textos são o objeto de análise do livro, mas também para o nosso imaginário coletivo, essa concepção é considerada a representação mais simples, a essência do que entendemos a respeito do ato sexual. Entretanto, nessa definição estão implícitos os papéis de passividade, desempenhado pelos seres de sexo feminino, e de atividade, desempenhado pelos de sexo masculino. Mesmo em relações homossexuais, cada um dos parceiros deveria representar um desses papéis descritos. Além disso, essa regra se aplicaria não só a relações sexuais entre seres humanos, mas também às que ocorrem entre animais, o que demonstraria o caráter universal dessa distribuição de papéis.

Essa concepção, entretanto, está relacionada aos papéis sociais desempenhados pelos homens e pelas mulheres em determinado momento histórico. As mulheres, que realizavam (e ainda realizam) tarefas ligadas ao âmbito privado, estariam em posição de submissão e passividade, o que seria transposto para seu papel no ato sexual. Os homens, por sua vez, destinados a tarefas de âmbito público, naturalmente deveriam cumprir o papel ativo da relação sexual.

Até hoje se verifica as relações de dominação e submissão no ato sexual em palavrões, do tipo “foder”, em que a posição de passividade, entendida como papel feminino tanto em relações heterossexuais quanto homossexuais, é utilizada para ofender ou mesmo para expressar uma situação de desvantagem, embora o uso desses palavrões não seja conscientemente relacionado ao seu sentido de origem todas as vezes em que são usados.

A idéia de que o ato sexual é um simples preenchimento de orifícios, enfim, esconde o contexto, as pessoas envolvidas, os valores de uma época, além de, traduzindo as palavras da autora, reduzir os atores do ato sexual a instrumentos de simples funções, em que a busca do prazer se torna, em si mesma, uma questão metafísica.

Nos dias atuais, a deturpação da sexualidade, reduzindo-a a funções, permite, no seu estado mais extremo, imaginar-se que o prazer pode ser adquirido isoladamente por meio de produtos eróticos, como se o próprio prazer fosse uma mercadoria, isto é, não seria mais necessário nem mesmo uma pessoa que realizasse um serviço sexual, como ocorre na prostituição; um objeto inorgânico seria suficiente para alcançar-se o prazer. Escondendo-se que esses produtos são fabricados com o intuito do prazer individualista, costuma-se dizer que estes serão utilizados por parceiros em uma espécie de jogo, o que apenas é uma possibilidade, e não uma regra.

Embora a redução da sexualidade a funções não tenha surgido a partir dela, a música funk que se desenvolveu no Rio de Janeiro reforça, por meio das letras, a banalização do prazer, em que o contexto social desaparece, em que o ser humano – dono de uma história própria, que faz parte de uma determinada classe social, que tem uma personalidade, que sofre e deseja ser feliz – é reduzido a um papel a ser desempenhado no sexo. Sem entender essas questões, as pessoas que defendem o funk como é hoje – pois nem sempre as letras eram escritas assim – acusam os críticos de moralistas, quando na verdade essa música apresenta os problemas descritos acima. Entretanto, “os críticos” não fazem parte de um mesmo grupo, nem necessariamente compreendem essa questão da mesma maneira apresentada neste artigo, portanto as críticas que se fazem são heterogêneas, as quais, por sua vez, também podem ser criticadas.

De certo tempo para cá, certas pessoas defendem que o funk seria uma maneira de libertação sexual das mulheres, porém essa é uma perspectiva masculina historicamente construída, uma vez que a deturpação da sexualidade foi um processo desempenhado pela atitude dos homens ao longo do tempo. Por terem dominado economicamente as mulheres em dado período histórico que ainda não foi ultrapassado completamente, os homens preocupavam-se mais com o seu próprio prazer do que com o das mulheres no ato sexual, comportando-se de maneira egoísta, o que somente era possível por estarem numa posição de dominadores – note-se que esse comportamento é muito semelhante ao das classes dominantes em geral ao longo da história. Ainda que a maioria dos avanços não tenha se generalizado completamente, as mulheres, após a invenção dos métodos anticoncepcionais, alcançaram certa liberdade por terem o controle de sua sexualidade, além de terem alcançado certa liberdade econômica, a qual permite que elas imponham-se nas relações sexuais para que os seus desejos sejam satisfeitos. Entretanto, com a banalização da sexualidade proposta inconscientemente pelo funk, as mulheres começam a comportar-se como homens no sentido historicamente determinado, isto é, pensando somente no seu próprio prazer, gerando individualismo, ainda que a mulher não esteja isolada de fato – fenômeno que se percebe em outras situações cotidianas.

Se compararmos o tratamento dessa questão no rap, dos EUA principalmente, e no funk brasileiro, perceberemos que este propõe que as mulheres se comportem de uma perspectiva “masculina”; aquele, por sua vez, defende a dominação do homem, como se percebe pela exaltação dos cafetões nas letras de músicas e nos videoclipes. Essa generalização, porém, é falsa, uma vez que não se trata do estilo de música, mas sim de quem a realiza. Tanto os cantores de funk quanto os rappers dos EUA defendem a dominação do homem na relação sexual; talvez a diferença entre os dois esteja na maior apresentação de contexto social no rap. Por sua vez, certas mulheres do funk e do rap propõem que as mulheres se comportem de maneira “masculina”, porém o pequeno acesso que se tem na mídia às rappers dos EUA já demonstra que uma suposta dominação das mulheres é algo difícil de acontecer, mesmo porque a participação feminina nesse tipo de música, tanto no funk quanto no rap, é muito menor quantitativamente. Isso explica, talvez, a tentativa de afirmação feminina por meio de valores masculinos tradicionais. Boa parte das mulheres desse meio artístico, porém, analisa a questão de outra maneira.

O funk só pode ser concebido como favorável às mulheres da perspectiva de que a sexualidade da mulher não é voltada estritamente à reprodução, porém isso não é novo, uma vez que Sade, por exemplo, que viveu entre os séculos XVIII e XIX, já entendia essas idéias numa época em que nem mesmo existiam os métodos anticoncepcionais. Limitar-se a isso, hoje, significa parar na história.

Este artigo não tem como objetivo culpar os homens ou as mulheres de qualquer problema, mas sim mostrar a relação dialética que existe entre os âmbitos público e privado. De certa forma, assim como em várias relações humanas atuais percebemos a dominação, a submissão e o individualismo, as relações sexuais também ocorrem da mesma maneira, são marcadas pela forma como a sociedade se organiza. Para a superação desses problemas, a sociedade inteira deve mudar, devem surgir um novo homem e uma nova mulher, como diz Alexandra Kolontai, o que somente é possível plenamente por meio da transformação da sociedade, por meio dos valores comunistas.

Fórum Social Mundial: começa ensaio da batucada no Rio de Janeiro!

As jovens do Comitê Popular de Mulheres convidam todas as companheiras da Marcha Mundial das Mulheres para estar conosco nos ensaios da Batucada e no debate de Mercantilização do Corpo e da Vida das Mulheres, que serão preparatórios para o Fórum Social Mundial de Belém do Pará. O Primeiro Ensaio será no dia 26 de julho de 2008.

A concentração do Ensaio da Batucada será às 14:00horas. Local: Ponto Final do 870 Bangu - Sepetiba, Praia do Cardo em Sepetiba Rio de Janeiro, aguardamos todas lá para colocarmos toda a nossa irrevêrencia para fora, e nos movimentarmos todas juntas para mudar o mundo e a vida das mulheres.

Saudações feministas a todas!

Ps:tragam latas para encrementar nossa batucada!!! Poderemos pintá-las de lilás nesta data!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Ensaio Geral Fuzarca Feminista em São Paulo

Ensaio da Fuzarca Feminista, a batucada da Marcha Mundial das Mulheres aqui em São Paulo, acontecerá dia 26 de julho, no Vão Livre do MASP, a partir das 15h00!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

oficina em são paulo!

Fotos da oficina que rolou em São Paulo de construção de materiais para a batucada.























A oficina para preparação dos instrumentos da Fuzarca Feminista é parte da retomada da ofensiva em São Paulo.
Nós já fizemos duas reuniões para dar conta da retomada. Na primeira atualizamos o debate sobre mercantilização. Participaram jovens ativistas da Marcha há algum tempo e outras que estão iniciando a militancia.
Dessa reunião, encaminhamos algumas coisas
A primeira delas é que vamos trabalhar o tema da prostituição. E a gente identificou que, para isso, a gente precisava ir mais atrás de aprofundar o nosso debate e os nossos argumentos contrários à prostituição. Fizemos uma segunda reunião, que teve dois textos de subsídio para o debate da prostituição. Um é o texto publicado no caderno do 1º Encontro da MMM, em 2006. O outro foi um artigo publicado na Folha Feminista, da SOF, chamado "Nem putas nem princesas". Nossa avaliação foi que embora a gente já tenha consenso em torno da crítica à prostituição, para fazer uma ação precisamos ir atrás de mais informações, dos mecanismos existentes, dos dados sobre tráfico de mulheres, do aumento da prostituição nos grandes eventos esportivos com audiencia majoritariamente masculina (Formula 1 e Copa do Mundo), etc. Então, cada uma saiu com a tarefa de buscar essas informações, e vamos fazer uma reunião de trabalho em agosto, para desenhar melhor o sentido da nossa ação contra a prostituição.
O outro encaminhamento da primeira reunião foi a retomada da organização da nossa batucada aqui em São Paulo: a Fuzarca Feminista. A gente tem há algum tempo um problema na batucada em SP: no 8 de março e em algumas outras manifestações, juntamos muitas meninas para batucar, mas não damos continuidades aos ensaios, à organicidade da Batucada. Pra mudar isso, tiramos um grupo de cerca de 10 meninas pra tocar a fuzarca, e a primeira atividade foi essa de confecção dos instrumentos.
O próximo encontro será para retomar os ensaios, concretamente. Vai ser no próximo sábado, dia 26. Assim que a gente marcar o lugar, confirmamos aqui no blog.

E nos outros estados?? Como está a retomada da ofensiva???

sexta-feira, 18 de julho de 2008

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Somos mulheres e não mercadoria!

Texto escrito por Amanda Mendonça, militante da MMM do Rio de Janeiro

Desde a década de 1970 o movimento feminista levanta a bandeira do “nosso corpo nos pertence”. Ela expressa o questionamento das mulheres em relação à sexualidade, à imposição de padrões e em relação à reprodução. Ela representa a autonomia das mulheres sobre seus corpos e suas vidas. E o que temos visto nos últimos anos é que este debate esta cada vez mais atual. No último período, em especial, estamos sofrendo uma série de ataques à nossa autonomia. Estamos vendo o Estado, as igrejas e os homens criarem cada vez mais artifícios para nos “prenderem” em padrões que servem ao mercado.

No Brasil, estes ataques estão cada vez mais intensos, e o exemplo mais recente é o da “guerra” que está sendo travada para tentar criminalizar ainda mais as mulheres que recorrem a um aborto. A mídia, todos os setores conservadores da nossa sociedade e, principalmente, as instituições religiosas têm feito uma verdadeira batalha para nos retirar os pequenos avanços obtidos. Essa ofensiva contra a autonomia de nossos corpos ganhou mais um ator, o Projeto de Lei que visa regulamentar a prostituição em nosso país.

Para além do que o projeto compreende, que de central é regulamentar, não só a prática da prostituição, como também o mercado que se esconde atrás dela temos que avaliar o que ele tem gerado. O debate trazido através deste projeto traz a tona as faces mais cruéis do neoliberalismo aliado ao machismo. E até os setores mais “progressistas” de nossa sociedade não compreendem que o capitalismo se apropria do sexo e mercantiliza até mesmo o desejo.

Quando falamos sobre a prostituição, não podemos deixar de avaliar o papel que a globalização e que o mercado cumprem no incentivo a sua prática. Eles representam hoje um fator central para a prostituição e para o tráfico de mulheres, trabalhando no aumento das desigualdades entre homens e mulheres. As indústrias do sexo (algumas multinacionais) geram lucros estrondosos e receitas importantes. São consideradas vitais para a economia de diversos países. Chegam a representar 5% do PIB dos países baixos e em média 8% do conjunto das atividades econômicas dos países asiáticos. Entre os países mais pobres a questão se agrava, pois o FMI e o Banco Mundial estimulam o desenvolvimento do “turismo” e do “lazer” como forma de reembolso da dívida desses países. Dessa forma, a prostituição passa a fazer parte da estratégia de desenvolvimento destes Estados.

Nesse sentido, legalizar a prostituição, na verdade, significa legalizar uma “indústria” que trabalha na expansão do tráfico de mulheres e que se apóia em uma economia subterrânea (bares, hotéis, agências, clubes). Com a prostituição e o tráfico de mulheres, lucram as companhias aéreas, o turismo e até mesmo os governos. Por isso, precisamos ter a compreensão de que a prostituição representa a mercantilização dos seres humanos e o sexo pago faz parte da estrutura que sustenta o capitalismo.

Assistimos hoje o neoliberalismo se apropriar do nosso discurso para impor sua exploração. Em nome da autonomia, do direito de controlar seu próprio corpo, passou-se a defender a legalização da prostituição. Cada vez mais a indústria do sexo é considerada um trabalho legítimo e, com o triunfo dos valores liberais, o sexo pago vem sendo normatizado. A submissão às regras do mercado e às leis contratuais liberais, além do discurso “de uma profissão como outra qualquer”, ou “é um simples trabalho” e até mesmo “é uma questão de liberdade” vem sendo utilizadas na sustentação desta política liberal. Como um trabalho que se baseia na violação dos direitos humanos e na opressão das mulheres pode ser considerado legítimo???

Outro argumento comumente utilizado é o de que legalizar a prostituição significa melhorar a vida das mulheres que fazem parte desta rede, oferecendo direitos e garantias que todos os trabalhadores possuem. Em primeiro lugar, a legalização representa um ganho de verdade é para o crime organizado, pois o que se normatiza é o mercado, a compra e a venda de mulheres. Mesmo onde é a prostituição é legal (Alemanha, Suíça, Grécia, etc.) o papel do crime organizado continua sendo fundamental na organização deste mercado e uma minoria das prostitutas se registra para ter acesso aos direitos sociais. A maior parte continua sob a “tutela” dos cafetões.

Cada vez que uma menina “escolhe” ser prostituta, como se realmente ela tivesse outra opção, tem atrás de si toda essa rede que engloba cafetões, tráfico, crime organizado e etc. Além disso, pesquisas comprovam que 80% das pessoas prostituídas foram vítimas de algum tipo de violência na juventude, o que contradiz o debate de que seria uma “escolha”. A defesa da legalização da prostituição é liberal, pois é baseada na visão onde o individuo escolhe seu caminho e onde as relações humanas estão submetidas ao dinheiro. A prostituição surge do liberalismo e não da liberdade.

Para nós, feministas e socialistas, é inadmissível que as mulheres sejam reduzidas a mercadoria, podendo ser compradas, trocadas, usadas e alugadas. Temos uma visão libertária de sexualidade, que é baseada na igualdade e não na dominação. A relação de poder é constitutiva da nossa organização social e também está presente no sexo. No sexo pago, essa relação se reproduz com o “comprador” tendo total domínio sobre a “mercadoria”. Essa “coisificação” e a mercatilização das mulheres têm como função a submissão de um sexo à satisfação dos prazeres sexuais do outro. Por isso, lutamos contra a prostituição. Lutar contra é lutar pela igualdade, que só existirá quando homens não puderem mais vender e nem explorar mulheres.

A nossa luta é todo dia, somos mulheres e não mercadoria!!!

terça-feira, 8 de julho de 2008

Construção de instrumentos para a batucada



Para construir os instrumentos que usamos na batucada procure materiais como tambores de plástico, latas de oleo (redondas ou quadradas), latas de leite em pó, cabos de vassoura(para fazer as baquetas), arame ou elástico, fitas, pregos, furadeira, e o que mais puder ser transforamdo em instrumentos.

-tambor
Dá o compasso para o ritmo (grandes tambores de plástico)
1. Corte um lado do tambor, e lave bem por dentro.
2. faça furos do lado fechado do tambor (ilustração 1).
3. Amarre um arame ao redor dos furos e passe pelo arame uma corda ou fita (1,5m), que será o suporte do instrumento.
Esse instrumento é carregado em cima de um ombro.

- latas
(latas médias redondas ou quadradas)
1. Faça furos nos 2 lados da lata (ilustração 1)
2. passe pelos furos uma corda ou fita que servirá como suporte do instrumento (esse instrumento vai ao redor da cintura)

-chocalhos
1. corte no meio qualquer lata ou recipiente pequeno (como latinhas de refrigerante, garrafas plásticas)
2. encha de pedras (não completamente!)
3. feche com fita adesiva

-baquetas
Você pode usar pedaços de cabo de vassoura como baquetas
Pra conseguir um som mais grave nos tambores, enrole pedaços de tecido em volta de ums ponta do cabo de vassoura

Batucada Feminista – ritmos de liberdade

A Batucada Feminista é um grupo de mulheres militantes, feministas, anti-capitalistas e anti-racistas, que no Brasil surge em 2003 como mais um instrumento de luta da Marcha Mundial das Mulheres, e, faz parte das ações contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres. A batucada é um espaço irreverente e permanente de organização. Além de um instrumento utilizado para a discussão política é um instrumento de visibilidade das ações da Marcha, seja no espaço de auto-organização ou nos espaços de militância mista.
A Batucada é também um instrumento de ousadia na construção de novos ritmos, músicas e palavras de ordem a partir do cotidiano da vida e da luta das mulheres e que os retratam, seja na denúncia do machismo ou nas alternativas encontradas pelas mulheres para a construção de um mundo igual.
A Batucada é um espaço onde as mulheres podem criar e recriar. Além da música e dos ritmos militantes, mostramos nossa irreverência e organizamos debates. Discutir os temas globais da sociedade é um instrumento de reconstrução do nosso cotidiano.
Quando tocamos na batucada estamos dizendo que queremos outras práticas e que não aceitamos a cultura musical machista e preconceituosa que ouvimos todos os dias, seja no rádio, nos shows ou nos programas de TV, que utiliza as mulheres como iscas de mercado.
Os instrumentos que utilizamos nas batucadas são feitos prioritariamente de materiais reciclados ou que fazem parte do nosso cotidiano. Tambores de plástico, latas de querosene, latinhas de refrigerante e cerveja, cabos de vassoura, e garrafas plásticas são alguns deles.
Além do debate e alegria que a batucada proporciona, o ritmo ajuda a gerar concentração, unidade e força nos momentos de ação coletiva. Tocar é uma forma direta de ação política, de levar o feminismo para os olhares e ouvidos da rua, expressando nossas lutas ocupando o espaço público. Aprendemos a nos organizarmos e coordenar nossos próprios ritmos de forma criativa e inclusiva. Batucar é divertido, nos faz sentir bem e eleva os espíritos frente à adversidade.
Organizar uma batucada feminista é uma ação militante bem prazerosa e fácil de desenvolver.
Dicas para montar uma batucada:

1º passo – Reunir um grupo de mulheres interessadas nessa idéia.

2º passo - Procurar materiais como tambores de plástico (aqueles que se usa para armazenar água ou colocar lixo), latas de querosene ou óleo (redondas ou quadradas), latas de leite em pó, latinhas de aluminio, cabos de vassoura (para fazer as baquetas), arame, elástico ou liga, fita isolante, prego, furadeira, spray ou outra tinta, cordas, retalhos de tecido e tesoura e o que mais a imaginação pedir para a construção dos instrumentos.

3º passo – Agora é só criar ritmos para a batucada!

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Operação Lambe-lambe


- Reúna as companheiras para tomar um guaraná e com alguma criatividade feminista, inventem mensagens e radicais, curtas, diretas, irônicas, raivosas, poéticas, como preferirem.

- Monte um cartaz bem fácil de ler. Com o Word Art do programa Word ou semelhante (se você estiver puder usar um software livre, melhor para todas nós!), crie uma figura para cada linha da mensagem que quiser escrever. Assim pode ajustar o tamanho de cada linha ao tamanho da folha.

- Com frases curtas, é possível criar cartazes de impacto em folhas tamanho A4. Você imprime em qualquer impressora e copia em qualquer máquina de xerox. Papel colorido pode ficar bonito.

- Preparem uma boa cola: para 3 partes de farinha, 1/2 de polvilho e água - adicione aos poucos: se colocar água demais vai ter que ferver muito pra sua cola ficar mais densa. Que seja líquido o suficiente para mexer com uma colher de pau. Misture tudo muito bem e coloque no fogo. Vá mexendo no fogo baixo até o grude ficar mais transparente do que era antes. Vai empelotar tudo, não se desespere: despeje tudo num balde, coloque mais água se for preciso e bata bastante para conseguir uma cola mais homogênea. No final um pouco de vinagre ou desinfetante evita que a cola mofe. Se não usarem farinha transgênica, a cola é totalmente caseira e inofensiva, se lava com água e sabão.

- Organizem-se em equipes de três:
a primeira com um balde cheio de cola numa mão e uma brocha grande na outra.
a segunda com uma bolsa, dessas que a gente ganha no fórum social mundial, cheia de cartazes
a terceira, não menos importante, com olhos e ouvidos atentos.
A primeira passa generosamente uma camada de cola, a segunda afixa o cartaz, a primeira passa cola por cima de novo.
A terceira vai vigiando e prevendo o caminho.

Dois grupos podem seguir pela mesma rua ao alcance da vista umas das outras: dá mais confiança.

Existem basicamente duas formas de fazer a colagem:
Na calada da noite > versão extensiva e anônima: pode ser feita em grandes mutirões, permite cobrir áreas maiores, gerando surpresa no dia seguinte.

À luz do dia > versão intensiva e performática: exige contato direto com as pessoas que estão passando na rua. Nesse caso, é bom ter uma pessoa a mais em cada equipe para ir conversando com quem se aproximar e possivelmente um panfleto informativo para distribuir.


É simples, não requer prática ou habilidade e dá o que falar.
Vamos pra rua?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Somos mulheres e não mercadoria!!!


Se cuida!! Se cuida!! Se cuida seu machista!! A América Latina vai ser toda feminista!!

A partir de agora, temos mais um instrumento para organizar a luta feminista por outro mundo!!!

A ofensiva contra a mercantilização do corpo e da vida das mulheres vai se espalhar por todos os cantos, entre as mulheres da Marcha e todas as outras que não aceitam viver sob a imposição de padrões de beleza e de comportamento que transformam as mulheres em consumidoras compulsivas de cosméticos, remédios, cirurgias plásticas e outras parafernálias que só servem para dar mais dinheiro para as empresas transnacionais!