Mês   de janeiro é mês de recordar duas irreverentes mulheres que marcaram   seus tempos ao enfrentar corajosamente as convenções e o patrulhamento   ideológico, e hoje são inspirações para a luta feminista e de Outro   Mundo Possível: Simone de Beauvoir e Rosa Luxemburgo. 
Recontar,   mesmo que brevemente essas histórias de experiências femininas, é   também afirmar a importância das mulheres na história e romper o   silêncio em que estávamos confinadas. Michelle Perrot, conhecida mestra   da História das Mulheres, alerta em Minha História das Mulheres: As mulheres ficaram muito tempo sem o relato da história, como se, destinadas à obscuridade de uma inenarrável reprodução, estivessem fora do tempo, ou pelo menos fora do acontecimento (PERROT, 2007, p. 16). Para Perrot uma história sem as mulheres é impossível (p.   13). Assim, nas próximas linhas ao fazer memória da vida dessas   destacadas mulheres, iremos contra as definições de histórias e seus   agentes já estabelecidos como “verdadeiros” que por muito tempo tornaram   as mulheres invisíveis. 
 Não se nasce mulher, torna-se mulher – Simone de Beauvoir
 No   último dia 09 Simone de Beauvoir completou 104 anos, se viva. Simone  de  Beauvoir, em que numa entrevista histórica de 1972 proclamou em alto  e  bom som sou feminista, é autora da famosa frase Não se nasce mulher, torna-se mulher. A afirmação faz parte do seu livro o Segundo Sexo lançado   na década de 40 e que marcou os estudos feministas e a questão de   gênero. O livro, que na época levantou inúmeras polêmicas tanto por   parte da direita como da esquerda, trata das condições sociais e   culturais enquanto responsáveis pela construção da identidade feminina e   masculina. Em entrevista à Alice Shwarzer (1972), Beauvoir recorda  trinta anos depois sobre seu livro e defende O   eterno feminino é uma mentira, pois a natureza desempenha um papel   ínfimo no desenvolvimento de um ser humano: somos seres sociais.
No   último dia 09 Simone de Beauvoir completou 104 anos, se viva. Simone  de  Beauvoir, em que numa entrevista histórica de 1972 proclamou em alto  e  bom som sou feminista, é autora da famosa frase Não se nasce mulher, torna-se mulher. A afirmação faz parte do seu livro o Segundo Sexo lançado   na década de 40 e que marcou os estudos feministas e a questão de   gênero. O livro, que na época levantou inúmeras polêmicas tanto por   parte da direita como da esquerda, trata das condições sociais e   culturais enquanto responsáveis pela construção da identidade feminina e   masculina. Em entrevista à Alice Shwarzer (1972), Beauvoir recorda  trinta anos depois sobre seu livro e defende O   eterno feminino é uma mentira, pois a natureza desempenha um papel   ínfimo no desenvolvimento de um ser humano: somos seres sociais. Nascida   em Paris no ano de 1908, Simone presenciou durante sua infância sua   família falir. Seu pai George de Beauvoir considerou que as filhas não   conseguiriam bons casamentos e assim passou a crer que somente o sucesso   acadêmico poderia tirar as filhas da pobreza. Mais tarde a francesa   criticava os valores burgueses em Memórias de uma moça bem comportada. 
Na   década de 60, nos nascentes movimentos feministas, Simone se envolveu   na luta das mulheres e defendia um movimento feminino especifico e   autônomo.  E até hoje seus estudos e sua vivência são revisitados e   refletidos, inspirando a luta diária de mulheres. 
 Socialismo ou barbárie – Rosa Luxemburgo 
 Já   no dia 15, a memória se volta para a polonesa judia Rosa Luxemburgo,   conhecida com a Rosa Vermelha. Completou – se 93 anos do assassinato de   Rosa, morta na noite de 15 de janeiro de 1919 em Berlim por soldados a   serviço de governantes social-democratas. Eles atiraram em sua cabeça   depois de horas de tortura do Hotel Éden e jogaram seu corpo num canal.   Somente em 31 de maio encontraram seu corpo já irreconhecível e podre,   sendo reconhecida por pedaços de vestido e um pingente.
Já   no dia 15, a memória se volta para a polonesa judia Rosa Luxemburgo,   conhecida com a Rosa Vermelha. Completou – se 93 anos do assassinato de   Rosa, morta na noite de 15 de janeiro de 1919 em Berlim por soldados a   serviço de governantes social-democratas. Eles atiraram em sua cabeça   depois de horas de tortura do Hotel Éden e jogaram seu corpo num canal.   Somente em 31 de maio encontraram seu corpo já irreconhecível e podre,   sendo reconhecida por pedaços de vestido e um pingente.Sua conhecida palavra de ordem Socialismo ou barbárie   resume sua vida marcada pela luta da esquerda radical,  anti-capitalista  e anti-imperialista. Rosa Luxemburgo Rosa iniciou sua  militância no  movimento socialista ainda quando estava na escola  secundária e em 1894  fundou o Partido Social-Democrata (SPD) da Polônia  e Lituânia. Após 4  anos,obteve a nacionalidade alemã, instalando-se em  Berlim e  engajando-se nos debates com a social-democracia alemã.  Percebendo  elementos de capitulação – que depois ajudaria a ascensão do  nazismo –  Rosa enfrentou o reformismo de Edouard Berstein. A teórica  marxista  atacava as teses revisionistas,  denunciando o esquematismo  teórico e o  oportunismo político de Berstein, que abandonava não apenas  o marxismo  como a luta pelo socialismo. Para Rosa, “entre a reforma e a  revolução  devia haver um elo indissolúvel” no qual “a luta pela  reforma é o meio e  a revolução social é o fim”. 
Anos mais tarde lança A Acumulação do Capital,   combatendo as correntes nacionalistas do SPD e firmando seu   internacionalismo proletário e seu antimilitarismo radical. Rosa também   ajudou na fundação do Partido Comunista da Alemanha (KPD). 
Rosa   Luxemburgo é um exemplo para nós mulheres ocuparmos cada vez mais os   espaços da cena política, seja em movimentos sociais ou partidos   políticos. Além disso, sua defesa de um projeto anti-capitalista nos   provoca a refletir de que a construção de uma igualdade real entre   mulheres e homens deve ser permanentemente ao lado da luta contra as   diversas formas de dominação. Nesse caso o fim da opressão de gênero só   será possível com uma mudança do sistema vigente de opressão social. 
 Por   fim, as vidas dessas duas mulheres permeadas pela poesia irreverente e   radical se cruzam na palavra de ordem encontrada na Itália por Simone  de  Beauvoir em suas andanças: Nada de revolução sem a emancipação da mulher, nada de emancipação da mulher sem a revolução.
Que  a nossa memória corrompida por inúmeros patriarcalismos não nos mova ao  esquecimento das inspiradoras Simone de Beauvoir e Rosa Luxemburgo.
 
 
 
 
Um comentário:
denuncia de comercial machista,por favor tomem as devidas providências:
http://acertodecontas.blog.br/artigos/machismo-traio-e-profanao-do-amor-marcam-comercial-de-cerveja/#comment-272937
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