O movimento estudantil da UFRGS deu uma pausa nas eleições para o DCE e realizou no final do debate entre as chapas concorrentes, na manhã desta segunda-feira, um protesto unificado saindo da FACED (faculdade de educação) até a frente a Reitoria da UFRGS e depois seguindo para o RU, para manifestar solidariedade a estudante de Turismo Geisy Villa Nova Arruda, expulsa ontem da UNIBAN (Campinhas, São Paulo) e solicitando a manifestação de repúdio da reitoria da UFRGS.
Geisi foi expulsa depois de ter "causado" involuntariamente uma grande confusão que repercute os noticiários em todo o Brasil e na internet há pelo menos duas semanas. O motivo: foi à aula de mini-saia e acabou gerando protestos e agressões verbais que tomaram conta dos corredores da universidade, tendo saído de sua sala de aula escoltada pela polícia. As imagens gravadas pelos celulares e postadas no YouTube não deixam dúvidas de que o ambiente parecia o mesmo da época da inquisição, na Idade Média, e deixam evidente o linchamento moral por parte de seus colegas que teriam partido para agressão física caso não houvesse a presença dos seguranças e policiais.
A estudante de Ciências Sociais/UFRGS, Luiza Almeida, membro de uma das chapas que concorrem ao DCE, disse que a Diretoria de Mulheres da UNE tem toda razão na nota encaminhada à UNIBAN, que por sua vez preferiu tratar o caso com um viés conservador e machista, dizendo em nota aos jornais que "a expulsão se dá em razão do flagrante desrespeito aos princípios éticos da dignidade acadêmica e à moralidade". Para Luiza, "a UFRGS precisa se manifestar contra qualquer ato de opressão e machismo, seja onde for". Segundo ela, as mulheres sofrem com essas opressões diariamente quando são tratadas como mercadoria e quando são julgadas pela roupa que usam.
Os estudantes foram recebidos pelo Secretário de Assuntos Estudantis, Edilson Navarro, que enfatizou "ao longo de seus 75 anos a UFRGS se orgulha de nunca ter tido uma posição machista ou opressora e que as providências para o caso da UNIBAN devem ser tomadas".
Agora, o movimento vai ao CONSUN (Conselho Universitário), encaminhar uma nota de repúdio a ser aprovada pelos conselheiros.
Esperamos que estudantes brasileiros não voltem a protagonizar ações deste tipo, mas sim direcionar o conhecimento para ações de respeito às diferenças e combate às opressões.
Vamos à luta!!!
(texto escrito por Márcio Duarte, da UFRGS)
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