terça-feira, 8 de junho de 2010

ANGELUS - Policritica

Picture
Esta apreciação será seguramente estéril e inautêntica; mas não é possível que os homens aceitem a refutabilidade de certas imagens. Certo, é que a publicidade e a imprensa controlam suficientemente e fortemente estes tempos pobres, mas é surpreendente a plasticidade deste sistema; é admirável a capacidade de insulto e ilusão elogiosa que as pessoas recebem e alimentam em certas campanhas publicitárias, submetendo todos a toda a sorte de ofensas. Tem que se ficar perplexo com estas propagandas, diante da não necessidade de usar subterfúgios para abarcar as pessoas-produto; pois não é mais necessário a alusão ou a insinuação; diz-se diretamente: - Use desodorante x e consiga muitas mulheres; - Compre o novo carro t, e não troque de carro, troque de vida! Isto de fato é um prodígio, pois a enganosa fragmentação de idéias chegou às massas de modo que não é mais sequer disfarce. Por outro lado, os publicitários parecem ser mais sinceros, de modo que, se por hipótese, alguma pessoa consegue entender seu presente, ela poderá ficar pasmada, pode tentar descobrir o que é ilusão e o que é realidade... Parece demagogicamente honesto.

Mas, o que diria a Sr.a Claire Demar, feminista sainsimoniana, defronte aos apelos desta publicidade, incrivelmente realizada no século XXI?, o que a Sr.a Claire diria para simpática e bela moça que deseja o simpático rapaz como seu sonho de consumo em uma propaganda de determinada marca de gasolina?. Certa feita, a senhora Claire chegou a afirmar que: “a revolução nos costumes conjugais não se faz na esquina das ruas ou em praça pública, durante três belos dias de sol, mas se realiza em todas as horas, em todos os lugares (…) nas longas noites que transcorrem insípidas e frias, como existem tantas na alcova conjugal. Esta revolução mina e mina sem parar o grande edifício erguido em benefício do mais forte (…) a fim de que um dia o fraco, como o forte, possa reclamar com a mesma facilidade o total de felicidade que todo ser social tem direito de pedir à sociedade.” [Claire Demar, Ma loi d ’avenir, (1833)]. Pois, parece que este dia chegou, ou não... Esta campanha publicitária de gasolina é tão provocante e tão significativa, que pode parecer de fato, que a caminhada da humanidade em seu “progresso inevitável”, parece retroceder. “A unificação da qual as mulheres não são as únicas, mas em todo caso as principais vítimas, posto serem os sinais mais visíveis da impossibilidade de reduzir todas as diferenças, como também da impossibilidade de construir as relações humanas somente sobre a razão”, [Eleni Varikas, “O pessoal é político”: desventuras de uma promessa, Tempo, 1996] não se concretiza. As mulheres ainda não dizem “eu” sem solicitar permissão.

Faz-se silêncio diante de tamanha agressão; deste lugar comum que nos embriaga diante do consumo; que entope de antidepressivos os que são infelizes por não serem felizes; desta possibilidade benjaminiana da catástrofe, e de toda a anti-intelectualização dos seres contemporâneos sem brilho no olhar. Silêncio que trago através da obra “O Silêncio”, de Odilon Redon; e para apoiar a utilização desta, faço uso dos comentários do estúdio Casthalia: esta obra que nos remetem ao silêncio do antes da criação e ao silêncio do fim dos tempos. Mas, perigosamente, amplio por dizer, que este trabalho também nos remete ao silêncio que vivemos diante do torpe capitalismo presente. A imagem realmente tem um o olhar contemplativo e voltado para baixo, e parece exprimir um sentimento ambíguo entre a possibilidade de alguma coisa ocorrida, ou prestes a acontecer. É um agora que depende do antes ou do depois para existir como essência de um momento.

E assim, sou lançado novamente as leituras de Walter Benjamim sobre a história e à sua tese mais citada; a Tese IX faz alusão ao anjo de Paul Klee, que tem seu rosto voltado para o passado e enxerga uma única catástrofe, que sem cessar amontoa escombros e os arremessa a seus pés; ele “gostaria de demorar-se, de despertar os mortos e juntar os destroços. Mas do paraíso sopra uma tempestade que se emaranhou em suas asas e é tão forte que o anjo não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, para o qual dá as costas, enquanto o amontoado de escombros diante dele cresce até o céu. O que nós chamamos de progresso é essa tempestade.” A tese, além de ter dimensão profética, nos posiciona diante da profunda crise da cultura moderna; para Benjamim a quintessência do inferno é a eterna repetição do mesmo (Sísifo e Tântalo); repetição que toda a sociedade está posta em nossos tempos; sociedade dominada pela mercadoria submete-se à repetição, ao “sempre igual” disfarçado em novidade e moda: no reino mercantil, “a humanidade parece condenada às penas do inferno”. Mas, Benjamim desmistifica o progresso fixando não só o olhar marcado por uma dor profunda e inconsolável, mas também por uma profunda revolta moral; Benjamim critica explicitamente a conduta positivista do evolucionismo histórico que conduz a humanidade através do progresso ao triunfo da razão rumo à consciência da liberdade. [Michael Löwy, Walter Benjamim: aviso de incêndio, 2007].

Ocorre que este povo parece estar mais sob o olhar do anjo de Schiller (tranqüilo e alegre) que observa as atividades de um povo pacífico que se alimenta inocentemente do leite de seus rebanhos; do que do anjo desesperado de Benjamim. Os ‘inlibertos’ continuam comprando aquela gasolina ou aquele carro que os mudará de vida... Malditos chacais! Benjamim parece estar certo, o anjo da história é impotente para deter a tempestade; a catástrofe ainda é possível, se não, provável, a não ser que... (- Silêncio! Os chacais estão espreitando!).
 

ANGELUS_ Policritica_Jacquerie Vogel_DireitosReservados

Fonte: http://www.opassaro.com/angelus.html

quarta-feira, 2 de junho de 2010

ATO DE REPÚDIO AO ATAQUE COVARDE DE ISRAEL EM SP

ATO NESTA SEXTA-FEIRA(04 DE JUNHO) AS 15 HORAS NO VÃO LIVRE DO MASP
REPÚDIO AO ATAQUE À AJUDA HUMANITÁRIA


Companheiras
É importante que todas compareçam no ato de repúdio ao ataque à ajuda humanitária na sexta(dia 4 de junho). Total solidariedade ao Povo Palestino!

MULHERES LIVRES, POVOS SOBERANOS!
Seguiremos em Marcha até que ABSOLUTAMENTE todas sejamos livres!

terça-feira, 1 de junho de 2010

QUANDO O MUNDO É UM PROSTÍBULO

Oi gente,

Segue aqui uma reportagem sobre tráfico de mulheres e a prostituição, retirado do site Racismo ambiental, cujo link segue mais abaixo.

Temos acumulado nesse debate, mas vários desafios se apresentam pra nós nesse período, em que sob a euforia de sediar grandes eventos esportivos, os velhos lobbystas da legalização da prostituição, ou melhor, da "profissão de proxeneta" voltarão a cena, trazendo um discursinho barato sobre liberdade sobre o corpo, e mentiras sobre os impactos positivos sobre a vidas das mulheres em situação de prostituição.

Sem dúvida de que não se é contra os direitos das mulheres em situação de prostituição, sobretudo o de viver sem violência, mas a questão é mais profunda: Como aceitar que essa seja uma escolha das mulheres? Que mundo é esse que condena as pobres a mercantilização de seu corpo, de seu sexo? Precisamos ter elaboração sobre o que já vimos acumulando, já que desde a retomada da ofensiva contra a mercantlização do corpo e da vida das mulheres ampliamos nossa atuação para o debate da prostuição.

Assim, reforçamos o convite para que façamos desse espaço uma troca sobre esse tema, assim como da nossa elaboração teórica e inicitivas de interveção, já que somos nós militantes da MMM de vários estados, em que o turismo sexual, o tráfico de mulheres e adolescente está fortemente presente.

Enfim, companheiras, segue o texto e segue o debate E SEGUIREMOS NÓS, TODAS EM MARCHA, ATÉ QUE TODAS AS MULHERES SEJAM REALMENTE LIVRES!!!!!


Quando o mundo é um prostíbulo
Por racismoambiental, 31/05/2010 09:42
http://racismoambiental.net.br/2010/05/quando-o-mundo-e-um-prostibulo/

Fruto de uma investigação, um ex-empregado de um banco denuncia o negócio planetário do tráfico sexual e a vida atroz das cerca de um milhão de mulheres escravizadas para exercer a prostituição.

A reportagem é de Lola Galán, publicada no jornal El País, 30-05-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

As meninas e jovens que se oferecem por umas poucas rúpias nos prostíbulos gigantescos de Kamathipura e Falkland Road, em Mumbai, não são muito diferentes das adolescentes do Leste Europeu encerradas em clubes noturnos em Mestre, perto de Veneza. Ou das jovens nigerianas detidas, sob ameaça de morte, em cortiços perdidos entre as estufas de Almería, na Espanha, como as que a polícia libertou há alguns dias.

Umas e outras são escravas sexuais. Um termo aparentemente defasado em pleno século XXI, que descreve, infelizmente, uma realidade nada infrequente. Mais de um milhão de adolescentes e de mulheres jovens alimentam hoje esse sórdido negócio que proporciona aos que o exploram milhares de milhões de euros de lucro por ano. Mulheres vendidas, enganadas ou raptadas pelos próprios grupos mafiosos que controlam o tráfico sexual.

Como se desenvolve o tráfico de mulheres no mundo global? Quem são suas vítimas e quem são os carrascos? “As vítimas são mulheres jovens, pobres, muitas pertencem a minorias étnicas, ou vêm de países instáveis e estão desesperadas para emigrar. Os campos de refugiados também são um campo propício para recrutá-las”, explica Siddharth Kara (foto), na conversa telefônica de sua casa em Los Angeles. Ele é autor de um livro sobre o assunto, “Tráfico sexual. El negocio de la esclavitud moderna”, publicado pela Alianza Editorial. Kara, de 35 anos, ex-empregado do banco de negócios Merrill Lynch, deixou seu lucrativo trabalho para iniciar, no ano 2000, uma série de viagens pelo mundo que o levariam ao coração do tráfico sexual através de três continentes.

Nos países do sul e do leste da Ásia, nos Estados Unidos, no leste da Europa, nos Bálcãs e na Itália, Kara teve contato com escravas, assistentes sociais, intermediários e alguns traficantes. O resultado desse amplo trabalho de campo é o livro sobre esse negócio desumano, que analisa os aspectos econômicos sem esquecer o drama profundo das jovens exploradas.

Dramas como o de Mallaika, uma ex-escrava sexual que Kara encontrou em Mumbai. Casada aos 13 anos, após dar a luz à dois filhos mortos, o marido a vendeu a um intermediário quando ela tinha recém completado 16 anos. Mallaika trabalhou toda a sua juventude como escrava sexual, obrigada a satisfazer a dezenas de clientes por dia. No gigantesco bordel, imperava a lei mais brutal. Todos os dias, escravas como ela morriam violentamente. Depois, ela passou a trabalhar como prostituta pelo sistema indiano de adhiya. A metade do que ela ganhava era para o dono do prostíbulo. Infectada pelo vírus da Aids quando Kara a encontrou, Mallaika estava consciente de que seus dias estavam contados.

Free the Slaves

Siddharth Kara, membro da direção da ONG Free the Slaves, criada em 2000 por um grupo de intelectuais para lutar contra a escravidão, conta que seu interesse pelo assunto surgiu quando era estudante na Universidade de Duke (Carolina do Norte). Em 1995, Kara passou algumas semanas no campo de refugiados de Novo Mesto (Eslovênia). Ali, uma jovem bósnia lhe contou que soldados sérvios raptaram algumas de suas companheiras e as levaram a prostíbulos de Belgrado.

Essa lembrança nunca lhe abandonou. E, no ano 2000, com alguma coisa de dinheiro economizado, uma simples mochila, uma câmera de fotos e um gravador, lançou-se à aventura de ver com seus próprios olhos a natureza do tráfico de mulheres. “Calculo que agora mesmo haja em torno de 1,3 milhões de escravos sexuais, a maioria mulheres e meninas”, diz Kara. “Mas não devemos esquecer que são muitas mais as pessoas escravizadas no negócio da prostituição”.

Kara acredita que uma das razões do auge desse comércio é a sua rentabilidade, só superada pelo tráfico de drogas. Mas com um risco muito menor. Por que os mafiosos que controlam o tráfico sexual correm menos risco de ser detidos? “Há várias razões. A corrupção policial, a dos guardas da fronteira, a do sistema judicial. Também não há fundos para atender as escravas que conseguem se libertar, e é difícil que elas denunciem os traficantes. Além disso, as forças encarregadas de lutar contra essa chaga não têm meios, nem estão coordenadas globalmente”.

Quando Siddharth Kara iniciou sua investigação, ele se deparou com o fato de não haver dados nem evidências testemunhais do tráfico. “Dedicavam-lhe muito pouca atenção. Nem sequer na imprensa. Hoje, há mais interesse, mas nem sempre é um interesse sadio. Há jornalistas e membros de ONGs que só querem contar histórias sensacionalistas para construir suas próprias carreiras. Além disso, os recursos econômicos são limitados. Por não sei qual razão, a luta contra o tráfico de mulheres está subordinada a outros problemas, como o terrorismo, o tráfico de drogas, ou a imigração. Além de haver uma apatia institucional histórica na hora de reconhecer as dimensões desse problema e de lhe dar uma solução. Seguramente, como as mulheres ainda são discriminadas no mundo, elas recebem uma atenção menor”.

Dramas pessoais

A vida das escravas sexuais está dominada por um mesmo horror, seja no Oriente ou no Ocidente, no Norte ou no Sul. Kara entrevistou jovens que sobrevivem meio drogadas nos prostíbulos mais sujos de Mumbai e meninas do Leste Europeu obrigadas a ficar nas ruas de Roma e encontrou trágicas semelhanças.

“Poderia parecer mais sórdida a situação das escravas sexuais na Índia, mas o trato que essas jovens recebem tem aspectos comuns em ambos os países. Todas sofrem contínua violência, são torturadas e ameaçadas constantemente e obrigadas a ter relações sexuais com dezenas de indivíduos por dia. Na Índia, a prostituição está proibida, e tudo é feito às escondidas, enquanto que na Itália a prostituição de rua é autorizada, salvo para as menores de idade”.

Na cidade santa de Benarés, Kara se encontrou com Devika, uma adolescente com uma história estremecedora. “Quando eu tinha 13 anos, um dia um homem, ao qual eu conhecia pelo nome de Raj, me abordou a caminho da escola. Me pegou pela mãe e me disse que me mataria se eu gritasse pedindo ajuda. Ele me levou para a sua casa e me violentou. Abusava de mim todos os dias e trazia outros homens para que tivessem relações sexuais comigo”. Até ser resgatada, Davika passou meses trabalhando na casa-prostíbulo de Raj, que a obrigava a ter relações sexuais com mais de 20 homens por dia.

Sua história, com exceção das enormes distâncias culturais e geográficas, parece-se à de Tatyana, uma menina moldava de 18 anos que passou 26 meses como escrava sexual na Itália.

O erro de Tatyana (os nomes que Kara cita em seu livro não são autênticos) foi se apresentar ao anúncio publicado por um jornal de sua cidade natal, Chisinau (Moldávia), no qual se solicitavam jovens para trabalhar no serviço doméstico na Itália. “Assim que saí de casa, meus companheiros me violentaram e depois me mantiveram vários dias sem comer”, relata no livro. Sua primeira parada foi na Sérvia, onde foi comprada por traficantes albaneses. Mais tarde, foi vendida novamente para a Albânia. Dali passou para a Grécia, onde os mafiosos que a acompanhavam colocaram-na em um barco rumo à Itália. “Ali, os albaneses a colocaram no porta-malas de seu carro”, relata Kara em seu livro, “e a levaram diretamente para Milão, onde foi vendida ao proprietário de um clube noturno”. Todas as noites, ela tinha que deitar com os clientes e satisfazê-los sexualmente. “Quando eu não queria beber, o proprietário injetava tranquilizantes para animais em mim”.

A oferta de escravas sexuais na Itália é tão abundante que os preços do ato sexual reduziram-se pela metade. A clientela se multiplicou. Hoje em dia, constata Kara em seu livro, “frequentar prostíbulos está cada vez mais integrado na cultura italiana”. Depois de serem exploradas nos bares de Roma, Turim, Mestre ou Milão, muitas dessas mulheres são enviadas para outros países da Europa onde seu calvário continua.

Clientes não lhes faltam. Segundo Kara, no mundo inteiro, entre 6% e 9% dos homens maiores de 18 anos compram sexo de escravas pelo menos uma vez por ano. Seja por entretenimento, por impulsos violentos ou por qualquer outro propósito, ele reconhece que não há canto do mundo onde os homens não recorrem aos prostíbulos. Os Estados Unidos, com leis proibicionistas muito restritas e implacavelmente aplicadas, é um dos lugares onde o comércio sexual parece ter menos êxito. Mas não deixa de ser uma exceção.

O que caracteriza os consumidores desse sexo barato? “Não sou a pessoa indicada para responder essa pergunta. É verdade que alguns homens o consomem sem maiores problemas de consciência. Há razões biológicas, sociais, não sei. Obviamente, sem homens dispostos a pagar por sexo, não existiria essa escravidão. Mas nem todos os homens são responsáveis por ela. Só uma pequena parte”.

Entre os clientes de imundos salões de massagem, ou das prostitutas de rua, estão os imigrantes, que chegam, muitas vezes sozinhos, a um país desconhecidos e hostil. “A globalização foi um agravante enorme. O tráfico de seres humanos é uma das consequências mais horríveis do capitalismo global, que gerou enormes desigualdades econômicas. Porque se produz uma transferência clara de riqueza e de recursos das economias pobres para as ricas junto com outro fenômeno, o da falta de direitos humanos nos países em desenvolvimento”.

O papel negativo da religião

E a religião? Tem algum papel nesse fenômeno? Kara, que viajou várias vezes para a Tailância, outro país com maior oferta de escravas sexuais e prostitutas menores de idade, cita o budismo theravada, religião oficial, como uma das últimas razões do desprezo para com a mulher, considerada como uma reencarnação inferior ao homem.

Mas o hinduísmo também não é mais compassivo com as mulheres, nem os ritos africanos. As mulheres nigerianas pegas pelo tráfico muitas vezes aceitam condições de vida terríveis sem se queixar, por temor aos ritos Ju ju, aos quais estão submetidas. “Existe ainda uma opressão bastante generalizada das mulheres por parte dos homens. E a religião é um meio a mais para submetê-las. Não é culpa da religião em si, mas sim do uso que se faz dela”, diz Kara.

O autor de “Tráfico sexual” acompanhou com interesse as leis liberalizadoras da prostituição em alguns países europeus, caso da Holanda. E não parece convencido de que sirvam para erradicar o tráfico de mulheres. “A legalização da prostituição é ruim porque é utilizada como uma tela, uma vitrine atrás da qual se desenvolve o mesmo comércio sexual com escravas nas condições mais terríveis”.

Siddharth Kara relata em seu livro seus percursos pelos bairros mais degradados de Bangkok, onde abundam os prostíbulos imundos. Ali, encontram-se autênticas escravas, adolescentes que cobram apenas quatro euros pela hora de sexo, e onde a atmosfera é deprimente e sórdida a extremos inauditos. Também existem prostíbulos suntuosos para os turistas ricos e homens de negócios que chegam ao país em busca precisamente disso. Lugares de luxo para os ricos e barracos para os pobres. Sexo pago para todos. Até os escravos trazidos da Birmânia, de Laos e de Cambodja, para construir rodovias e edifícios de moradias, recebiam um salário minúsculo, “com o qual podiam se permitir o sexo com escravas”, indica Kara.

Frente a esse panorama desolador, o autor propõe, mais do que soluções, novos enfoques para o problema. O primordial, em sua opinião, é tornar a vida de traficantes e exploradores muito mais difícil. Que as máfias não operem com a impunidade atual, que sofram perseguição e prisão. Que a colheita anual de escravas seja cada vez mais incerta e escassa. E uma maior conscientização dos clientes? Siddharth Kara considera isso menos factível. Enquanto a oferta exista, a demanda nunca irá decair.

http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=32956

Ato da Frente Nacional contra a criminalização das mulheres e pela legalização do Aborto -SP

Fotos do Ato da Frente Nacional contra a criminalização das mulheres e pela legalização do Aborto -SP


segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ato da Frente Nacional contra a criminalização das mulheres e pela legalização do Aborto -SP

Nós da MMM-SP estaremos nas ruas do centro de São Paulo junto a outros movimentos sociais, partidos e organizações contra a criminalização das mulheres que recorrem ao aborto inseguro e as funcionárias da clínica de planajemento familiar no Mato Grosso do Sul, que foram condenadas recentemente pelo tribunal sul matogrossense.

Estaremos nas ruas do centro de São Paulo batucando, panfletando pela nossa autonomia!!!

Compareça e divulgue está data!!!

DIA 28 DE MAIO, PRAÇA JOÃO MENDES, ÀS 14H00!!!

A Fuzarca Feminista esteve no LadyFest 2010

Esse ano a Marcha Mundial das Mulheres marcou presença no Lady Fest 2010, Festival que reúne meninas e mulheres ativistas da música e do feminismo em debates, shows, oficinas. Um clima super bacana de circulação de ideias, onde mulheres de várias idades discutiram feminismo, cultura, cena Punk. Veja mais no link http://ladyfestbrasil2010.blogspot.com

A oficina da batucada aconteceu no CIM – Centro de Informação a Mulher - no final da tarde de sexta-feira – 21 de maio - e contou com a presença de 10 garotas. Fizemos um conversa super bacana sobre como nos aproximamos do feminismo e Zindzi e Camila apresentaram a Marcha Mundial das Mulheres e o que é a nossa Batucada Feminista. Depois disso, fomos pra Praça Rosevelt ensaiar alguns dos nossos ritmos como Funk, Kollontai, Abacaxi entre outros. E no melhor do clima de construção coletiva ainda rolou um Samba, que a Karen ensinou pra gente.

A empolgação foi geral e marcamos então o nosso próximo encontro para o dia 28 de maio, na Praça João Mendes, às 14h00, no ato da Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto – SP.

Além da oficina da Batucada, estivemos presente no debate “Feminismo e Sustentabilidade: um outro mundo possível”, no dia 20 de maio, na livraria Cultura no Shopping Bourbon.

Fica aqui nosso agradecimento a todas as meninas que organizaram o Lady Fest, em especial às militantes da MMM, Bruna e a Elaine!

Seguiremos batucando e marchando até que todas sejamos livres!!!!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

 
 
A primeira edição do festival cultural feminista Ladyfest aconteceu a exatos 10 anos atrás em Olympia, nos EUA.

Em 2004, a primeira edição brasileira tomou vários espaços da cidade de São Paulo para abrir caminho pra mais 4 edições que vieram nos anos seguintes. Em cada edição o público foi crescendo, chegando sempre na casa dos milhares, e a cobertura da midia grande e alternativa também se expandiu.

Celebrando uma cena de jovens mulheres em busca de igualdade usando meios faça-você-mesma e carimbando na história dos movimentos sociais de esquerda no Brasil uma produção cultural revolucionária sem precedentes, a edição brasileira do festival esse ano comemora não só a criação de um movimento contra cultural, mas a manutenção de um ideal, seja através de atitudes, questionamentos ou resistência gritada ao topo dos pulmões, em letras de música, fanzines e arte de rua.

O Ladyfest Brasil 2010 celebra não só a renovação política que movimentos jovens feministas como o riot grrrl trouxeram para a cena punk brasileira, mas todas as mulheres que, após longo ou breve contato com o ativismo feminista cultural, levaram esse ideal de forma séria e eterna pra suas vidas, mantendo seu discurso feminista atual e intacto, sem abrir concessões.

Nessa edição do Ladyfest Brasil 2010 você uma das maiores inspirações musicais e políticas para a cena punk feminista.
Direto de Portland, EUA, Team Dresch.

O festival ocorre entre os dias 15 e 23 de maio nas cidades de São Paulo e Santos.

18 de maio - ABERTURA OFICIAL DO LADYFEST BRASIL 2010 e COLETIVA DE IMPRENSA
Às 18hrs no Auditório da Livraria Cultura do Shopping Bourbon Pompéia - Rua Turiassú, 2100
Debate às 19h00


A Fuzarca Feminista participará promovendo uma oficina de batucada para meninas no dia 21 de maio (sexta-feira) e, um dia antes, 20 de maio (quinta-feira) a Camila Furchi, ativista da Marcha Mundial das Mulheres São Paulo, participará da mesa de debate "Feminismo e Sustentabilidade: um outro mundo é possível", das 18h às 20h no Auditório da Livraria Cultura do Shopping Bourbon Pompéia. Para participar da oficina é necessário se inscrever antes com Camila: camila@sof.org.br . As atividades são gratuitas!

20 de maio (quinta-feira) - 18h às 20h
Debate: "Feminismo e sustentabilidade: um outro mundo é possível".

Auditório da Livraria Cultura do Shopping Bourbon Pompéia - Rua Turiassú, 2100 Pompéia
Mesa: Rebeca Lerer, Gabriela Veiga e Camila Furchi.
Mediação: Bruna Provazi

21 de maio (sexta-feira): 16h às 17h30
Oficina de Batucada para meninas

Oficineiras: Fuzarca Feminista (Marcha Mundial das Mulheres)
Utilizando instrumentos como latinhas de cerveja, cabos de vassoura e garrafas plásticas, e buscando inspiração para as músicas no cotidiano das mulheres, as batuqueiras mostram que qualquer uma pode ser uma desobediente do ritmo e dos padrões sociais – no melhor espírito “faça você mesma”.

Maiores informações sobre o Ladyfest Brasil 2010 no blog: http://ladyfestbrasil2010.blogspot.com
no twitter: @ladyfestbrasil
e-mail: ladyfestbrasil2010@gmail.com
Tel: (11) 6209-1471 begin_of_the_skype_highlighting              (11) 6209-1471      end_of_the_skype_highlighting

Fonte: http://ladyfestbrasil2010.blogspot